Avanço da citricultura em Minas Gerais exige cuidados contra o greening; entenda

O clima favorável e a baixa incidência de doenças têm estimulado a citricultura em Minas Gerais. Diante do potencial do setor e pensando em formas de prevenir a chegada de doenças nos pomares, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) está criando uma força-tarefa para impedir o avanço do greening (doença que ataca plantas cítricas) em novas áreas com plantios de citros no Estado.
Conforme a Emater, a iniciativa acontecerá nas regiões do Campo das Vertentes e Zona da Mata, que contam com mais de dois milhões de plantas cultivadas recentemente.
Na próxima terça-feira (18), a Emater-MG promoverá, em Minduri, uma reunião com prefeitos e secretários de agricultura de vinte municípios das regiões do Campo das Vertentes e Zona da Mata. Também irão participar representantes do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), responsável pela defesa vegetal do Estado, e da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Durante o evento, serão abordados todos os cuidados preventivos que devem ser adotados para evitar que o greening chegue às propriedades
A iniciativa é considerada essencial, uma vez que, conforme a Emater-MG, o greening não tem cura e já foi responsável pela erradicação de mais de um milhão de plantas contaminadas em propriedades mineiras desde 2017, principalmente nos cultivos de tangerina.
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Produção de citrus
Minas Gerais se destaca na produção de citrus, sendo o segundo maior produtor de tangerina no País, com aproximadamente 225 mil toneladas por ano. O volume representa cerca de 21% da safra nacional. A área ocupada com a fruta é 13,5 mil hectares. O Estado também ocupa o segundo lugar nacional na produção anual de limão (104 mil toneladas) e de laranja (1 milhão de toneladas).
A preocupação da Emater-MG em relação ao greening nas regiões do Campo das Vertentes e Zona da Mata se deve à expansão de áreas comerciais dedicadas à cultura nos últimos anos. São mais de dois milhões de plantas cultivadas recentemente.
Conforme o coordenador estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, muitos produtores estão deslocando de regiões de São Paulo, de outros estados e até mesmo de outras regiões de Minas Gerais – onde a citricultura já tem a ocorrência de greening – para municípios no Campo das Vertentes e da Zona da Mata.
“A atividade tem gerado emprego e renda nas regiões, porém, se não houver os cuidados necessários, em pouco tempo, pode acontecer a contaminação da planta que é feita por um inseto de livre voo ou pode ocorrer através do uso de mudas contaminadas. Isso pode colocar em risco a citricultura como já colocou em outras regiões do Estado e do País”, explicou.
Medidas de prevenção ao greening serão tema do evento
Ainda segundo o coordenador da Emater-MG, entre as medidas de prevenção, está o uso de mudas sadias vindas de viveiros certificados. Há também a necessidade de erradicação de pomares abandonados – que não produzem, porém, podem ser focos da doença – e pulverizações para o controle do psilídeo. No caso das plantas sintomáticas, o indicado é arrancar árvores e também as que estão próximas.
Sanabio explica ainda que o inseto transmissor do greening costuma se abrigar em uma planta ornamental conhecida como murta, muito encontrada em praças e jardins. Por isso, a presença da murta em municípios com produção de citrus também deve ser evitada.
“São ações que vamos propor aos participantes da força-tarefa. Vamos reunir representantes de várias cidades produtoras das regiões para pulverizar as informações. Não adianta somente um município prevenir porque a citricultura está avançando e será permanente por muito tempo desde que as medidas sejam tomadas”, conclui.
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