Azeite produzido em Minas ganha mercado com frescor diferenciado

Com uma área plantada que cresce cerca de 20% ao ano, a produção de azeite, em Minas Gerais, vem ganhando espaço e importância. A estimativa da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) é de que, neste ano, a safra de azeite tenha chegado a 50 mil litros, valor que ficou menor que o recorde de 80 mil litros já produzidos pelo Estado e que não foi alcançado devido a problemas climáticos. A tendência é de expansão contínua da produção, já que o mercado tem aceitado muito bem o azeite mineiro, que, além da qualidade superior, também tem um frescor diferente dos importados.
Para que a produção continue avançando, o uso das inovações e de tecnologias é cada vez mais necessário. Este ano, a cadeia produtiva do azeite terá acesso a informações importantes através do Azeitech, evento on-line que vai tratar da cadeia produtiva da oliveira. Durante três dias, 15 a 17 de junho, serão discutidos e apresentados estudos da cultura, abrangendo desde o preparo do solo, plantio, colheita, processamento até o mercado e os concursos de qualidade.
De acordo com o pesquisador da Epamig Luiz Fernando Oliveira, a produção de azeite em Minas é nova, com cerca de dez anos, e é promissora. No Estado são cerca de 2,5 mil a 3 mil hectares ocupados com a cultura, espaço que cresce cerca de 20% ao ano.
“Este ano, analisando as estimativas, a produção de azeite deve ficar em torno de 50 mil litros. O volume vem se recuperando gradualmente, já que nas duas últimas safras tivemos problemas climáticos. Até o momento, as condições climáticas atuais estão favoráveis para a safra 2022 e a expectativa é atingir novamente 80 mil litros de azeite”.
O engenheiro florestal e presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), Moacir Batista do Nascimento Filho, também espera uma produção maior de azeite na safra 2022. Ele explica que a produção em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, onde a Assoolive possui associados, é crescente e tem boa aceitação no mercado. Hoje, 31 produtores estão filiados à associação.
“Este ano já colhemos uma safra maior que a anterior. Até o momento, a produção no próximo ano deve ser ainda maior. Estamos verificando uma melhoria do clima, com precipitações e temperaturas mais adequadas à produção, o que deve possibilitar um resultado mais positivo”, explicou.
Em relação aos números da produção mineira de azeite, Nascimento explica que a Assoolive está trabalhando para montar uma base de dados mais consolidada para trabalhar com valores mais precisos da produção de azeite.
Ainda segundo Nascimento, a produção de oliveiras nas montanhas tem trazido bons resultados aos produtores. Por ser uma produção local, o período entre a colheita, o processamento do azeite e a chegada ao mercado consumidor é muito mais rápido do que os azeites importados, favorecendo a qualidade e agregando valor ao produto nacional.
“Ao contrário dos vinhos, quanto mais fresco o azeite, maior é a qualidade e o sabor. Nosso azeite tem uma qualidade fantástica e um dos fatores que favorece é que colocamos o produto no mercado de forma imediata. Por ser de uma qualidade diferenciada, é um produto especial e de maior valor agregado, que gera resultado para os produtores. A aceitação tem sido muito boa”.
Azeitech
Para que a produção continue crescendo de forma sustentável, a atualização dos produtores e a adoção de tecnologias e de inovações são consideradas essenciais. Nos últimos anos, a Epamig realizou Dias de Campos e Mostras Tecnológicas voltadas para a cultura, o que devido à pandemia foi transformado em um evento on-line. Nos dias 15, 16 e 17 de junho será realizado o Azeitech, que discutirá assuntos relevantes para toda a cadeia produtiva da oliveira.
“O evento é técnico e de inovação. Nele o produtor tem a oportunidade de se aproximar dos resultados de pesquisa da Epamig. Passamos as informações dos estudos para que os produtores possam melhorar a produção, melhorar a qualidade e ter mais competitividade. Isso também é importante para que o azeite tenha preços mais acessíveis e chegue ao consumidor”, explicou o pesquisador da Epamig.
Ele também ressalta que o evento on-line vai atingir mais pessoas e foi possível agregar mais profissionais do setor nas palestras.
O presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), Moacir Batista do Nascimento Filho, também destaca que a realização do Azeitech é muito importante para o desenvolvimento do setor.
“Anualmente a Epamig vem fazendo trabalhos de Dias de Campos e, devido à pandemia, vão fazer on-line. Isso é de extrema importância para a produção. O evento reúne profissionais que abordam todas as etapas da produção, desde o plantio, manejo, colheita, extração até o mercado. É uma forma de os produtores se atualizarem de maneira fácil. O contato com a tecnologia é importante para poder avançar e ter crescimento efetivo da cultura”, explicou.
Ouça a rádio de Minas