Agronegócio

Balança do agro mineiro faz superávit de US$ 3,92 bilhões

No 1º quadrimestre, exportações tiveram valor 10,28% menor, mas superávit alcançou US$ 3,92 bilhões frente a 2022
Balança do agro mineiro faz superávit de US$ 3,92 bilhões
Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Durante o primeiro quadrimestre, as exportações do agronegócio de Minas Gerais geraram um faturamento de US$ 4,33 bilhões, com o embarque de 4,27 milhões de toneladas de produtos agrícolas e pecuários para o mercado internacional.

No período, o faturamento recuou 10,28% frente ao mesmo intervalo de 2022, resultado da desvalorização do preço e queda no volume embarcado de alguns produtos, com destaque para o café. No volume geral, foi verificada alta de 5,38%. Apesar da queda na receita, a balança comercial encerrou os primeiros quatro meses do ano com um superávit de US$ 3,92 bilhões.

De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), de janeiro a abril, o preço médio da tonelada dos produtos do agronegócio mineiro ficou em US$ 1.014,76, valor 14,8% menor frente a cotação de US$ 1.191,86, praticada em igual intervalo do ano anterior.

Considerando apenas abril, o faturamento chegou a US$ 1,1 bilhão, queda de 29%. Ao todo, foram embarcadas 1,2 milhão de toneladas, 24% a menos.

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A assessora técnica da Seapa, Manoela Teixeira de Oliveira, explica que apesar da queda, os resultados das exportações do agronegócio podem ser considerados positivos. Isso porque nos últimos anos, houve um aumento das exportações, tornando a base de comparação forte.

Além disso, diversos produtos, mesmo que com participação pequena na pauta, vêm apresentando resultados positivos. 

“No quadrimestre, apesar da retração – que foi puxada pelo café – nós tivemos resultados positivos em outros produtos, como nos embarques da celulose, que registraram o melhor resultado para o quadrimestre. A carne de frango também encerrou o período com o melhor resultado da série histórica no intervalo. Podemos, nos próximos meses, registrar resultados mais favoráveis também na carne bovina, já que o embargo da China à carne bovina (devido ao caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina ou mal da “vaca louca”) -, foi suspenso”. 

Com o resultado, de janeiro a abril, o setor agropecuário respondeu por 36,4% da pauta exportadora de Minas Gerais. Os produtos agropecuários foram destinados para 159 países. Entre os principais se destacam a China, com um faturamento de US$ 1,5 bilhão, seguida pelos Estados Unidos (US$ 403 milhões), Alemanha (US$ 319 milhões), Itália (US$ 204 milhões) e Japão (US$ 168 milhões).

Produtos

Dentre os principais produtos do agronegócio embarcados, o café é o responsável pelo maior faturamento, respondendo por 39,8% do resultado do setor. Entre janeiro e abril, as exportações do grão movimentaram US$ 1,72 bilhão, valor que recuou 29,2%. Em volume, foram 459,8 mil toneladas, queda de 25,2%. No período, a tonelada do produto foi negociada a US$ 3.753,53, valor 5,3% inferior.

“No caso do café, a expectativa é que os próximos meses sejam de recuperação, inclusive podendo chegar a resultados positivos. O clima seco favorece a colheita, que foi iniciada agora em maio. A expectativa é de uma produção maior que a do ano passado. Apesar do recuo nos primeiros meses, acreditamos que o produto  vai recuperar o ritmo”,explicou a assessora técnica da Seapa, Manoela Teixeira de Oliveira.

Ainda segundo Manoela, outro fator que pode contribuir para um resultado positivo nas exportações do café são os estoques baixos do grão no Vietnã.   

“Temos a informação de que no Vietnã – que é um concorrente internacional do café de Minas – os estoques estão baixos, o que pode favorecer a recuperação de preços no Brasil e, consequentemente, Minas Gerais”.

Segundo produto na pauta exportadora do agronegócio, o complexo soja movimentou US$ 1,28 bilhão nos primeiros quatro meses do ano, valor 1,6% maior. Ao todo, foram 2,26 milhões de toneladas embarcadas, variação positiva de 2,2%.

Nos produtos florestais – celulose, madeira, papel e borracha – o faturamento gerado com as exportações foi de US$ 436 milhões, aumento de 62,6%. Em volume, 563 mil toneladas, houve incremento de 10,9%.

Segundo os dados da Seapa, as exportações contaram com quatro países estreantes no ranking de maiores compradores: Indonésia (US$ 21 milhões), Reino Unido (US$ 519 mil), Bélgica (US$ 361 mil) e Alemanha (US$ 22 mil).

O setor de carnes faturou US$ 393 milhões com o embarque de 126 mil toneladas. Em receita, a queda ficou em 20,1% e em volume, em 3,3%. A queda é resultado do embargo chinês, após o caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina.

De janeiro a abril, Minas Gerais exportou 52 mil toneladas de carne bovina, 21,7% a menos.  A queda no volume prejudicou o faturamento, que retraiu 34,1% e encerrou o período em US$ 245 milhões. Com a retomada dos embarques, iniciada no final de março,é esperada recuperação dos resultados ao longo dos próximos meses. 

As demais carnes encerraram o período com resultados maiores. A exportação de carne de frango chegou ao valor recorde de US$ 133 milhões no quadrimestre, superando em 28% os resultados anteriores. Em volume, 67 mil toneladas, o aumento foi de 18%. 

Na carne suína foram movimentados US$ 11,5 milhões, com 5,5 mil toneladas embarcadas, aumento de 4,6% em valor e 1,6% no volume. 

De acordo com os dados da Seapa, o complexo sucroalcooleiro movimentou US$ 307,6 milhões com as exportações, alta de 61%. Ao todo, foram 683 mil toneladas exportadas. O destaque foi a venda do açúcar, que representou 86% das exportações da cadeia produtiva, com US$ 264 milhões em faturamento.

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