Agronegócio

Preço de hortaliças caiu em BH e frutas ficaram mais caras em setembro

Na Ceasa Minas, maior retração foi verificada no tomate e, em seguida, cebola; no outro grupo, mamão teve alta expressiva, de acordo com Conab
Preço de hortaliças caiu em BH e frutas ficaram mais caras em setembro
O quilo do tomate foi vendido por R$ 2,44 na Ceasa Minas, uma queda de 21,12% | Foto: Diário do Comércio / Arquivo / Alessandro Carvalho

Em setembro, os preços das hortaliças e das frutas tiveram comportamento contrários em Belo Horizonte. Enquanto os valores das hortaliças recuaram até 21,1%, as frutas ficaram mais caras, registrando alta de até 13,09%. Entre os destaques estão as reduções nos valores do tomate, 21,12%, e da batata, 16,3%. No sentido contrário, o mamão registrou incremento de 13,09% no valor, seguido pela laranja, com alta de 6,28%. Os dados são do 10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta terça-feira (21) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A gerente de Produtos Hortigranjeiros da Conab, Flávia Starling, destaca que, ao longo de setembro, frente a agosto, a variação nos preços, no caso das hortaliças, foi causada pelo aumento da oferta, o que reduziu a cotação dos produtos. Já nas frutas, as temperaturas mais elevadas estimularam o consumo e geraram aumento nos valores.

Nas Central de Abastecimento de Minas Gerais – Belo Horizonte (Ceasa Minas), das cinco hortaliças pesquisadas, quatro apresentaram quedas de preços em setembro. A maior retração aconteceu no preço do tomate, 21,12% e o quilo foi negociado a R$ 2,44. No período, a oferta cresceu 10%, com 8,5 mil toneladas comercializadas.

Tomates
Entre as hortaliças, tomate teve recuo de 21,12% de agosto para setembro, principalmente pelo aumento da oferta | Foto: Diário do Comércio / Arquivo / Alessandro Carvalho

“No caso do tomate, houve retração nos preços devido à menor demanda e aumento da oferta”, explicou a geretnte.

Queda também no valor da batata, cujo quilo chegou a R$ 1,29, gerando, assim, uma redução de 16,3%. O relatório da Conab aponta que a oferta da hortaliça decresceu em 2% em Belo Horizonte se comparado com agosto. “A queda de preços vista em Belo Horizonte foi a maior no País. Houve aumento da oferta sendo suficiente para manter o movimento descendente dos preços”.

Outro destaque é a redução de 13,11% verificada na cotação do quilo da cebola, comercializado, em média, a R$ 1,44. “Em setembro, a cebola apresentou queda significativa devido à pulverização da oferta nos estados produtores, como Minas Gerais. Isso diminui os custos logísticos e gerou redução dos valores na Ceasa”, disse Flávia.

Queda também no quilo da alface, que ficou 10,36% mais barato e chegou a R$ 6,17. A oferta, 104,6 toneladas, cresceu 9%. “Apesar do aumento do consumo de alface em setembro, devido às altas temperaturas, houve queda de preço devido à ampla oferta”.

Já a cenoura foi a única hortaliça a apresentar alta na cotação, com o quilo vendido, em média, a R$ 2,14, um incremento de 7,81% frente a agosto. Em Belo Horizonte, a oferta da cenoura recuou 2%, com a negociação de 3,7 mil toneladas. Conforme a Conab, um dos fatores que pressionaram os preços em setembro foi a redução da oferta em Minas Gerais, principal produtor nacional. A queda na produção mineira em relação a agosto pode gerar aumento da demanda por produtos de outras regiões, elevando os preços.

Preço das frutas cresceu em Belo Horizonte

Os dados da Conab mostraram aumento em quatro das cinco frutas pesquisadas. Entre elas, o maior foi verificado no preço do mamão. O quilo da fruta encerrou setembro a R$ 3,90, representando, portanto, elevação de 13,09%. Conforme a Conab, ao longo do mês foi registrada alta no consumo, em um período de oferta restrita. Em Belo Horizonte, foram 3,8 mil toneladas vendidas, queda de 3%.

Com as temperaturas mais elevadas, o consumo da laranja cresceu, assim, o preço do quilo chegou a R$ 2,43, alta de 6,28%. A alta ocorreu mesmo diante do aumento da oferta da fruta, 4%, impulsionado pela intensificação da colheita.

Mamões
Ao longo do mês passado, fruta teve alta no consumo e oferta reduzida e quilo foi cotado a R$ 3,90 | Foto: Diário do Comércio / Arquivo / Alessandro Carvalho

“Apesar de estarmos em plena colheita da laranja, houve aumento dos preços. Em setembro, iniciou-se a industrialização da fruta, ajudando a escoar a produção. Houve ainda aumento do consumo pela população”, explicou Flávia Starling.

Outro destaque foi a alta de 5,53% verificada no preço da banana, o que elevou para R$ 4,13, o valor do quilo. O aumento é resultado da demanda aquecida, uma vez que a oferta de banana cresceu 4%, com a venda de 9,2 mil toneladas ao longo de setembro. No caso da maçã, a alta foi de apenas 0,15%, assim, o quilo foi vendido a R$ 8,59 em média. Os dados da Conab mostram que na Ceasa Belo Horizonte foram ofertadas 5,9 mil toneladas da fruta, 3% de crescimento.

Dentre as frutas, somente a melancia ficou mais barata. O preço da fruta recuou 15,82% em setembro e o quilo foi negociado a R$ 2,17. A retração é resultado da alta de 32% vista na oferta, que encerrou o mês com a comercialização de 6,2 mil toneladas da fruta. “A ampla oferta ocasionou na redução dos preços”, finalizou a gerente da Conab.

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