Biomas Tropicais busca obter apoio estrangeiro

O Projeto Biomas Tropicais, do Instituto Fórum do Futuro, vai buscar apoio estrangeiro para o desenvolvimento de pesquisas científicas em conjunto com as instituições nacionais. O objetivo, além de ampliar o conhecimento, é promover o avanço de uma agricultura sustentável e capaz de possibilitar o terceiro salto produtivo para atender a crescente demanda por alimentos no mundo.
O aumento da produção é cada vez mais necessário e a ideia é que o Brasil, através da tecnologia e da inovação, consiga elevar a produção sem a necessidade de abrir novas áreas.
Ontem, em coletiva à imprensa para promover o lançamento internacional do projeto, o Instituto Fórum do Futuro aproveitou também para anunciar a realização do seminário internacional “Os Desafios da Ciência em Novo Pacto Global do Alimento – Como transitar de uma economia industrial para uma Bioeconomia Tropical do Conhecimento?”, que ocorrerá nos dias 15 e 16 de junho.
O gerente-executivo do Instituto Fórum do Futuro, Fernando Barros, explica que o seminário será importante para a divulgação internacional do programa. Também será lançada uma plataforma para o trabalho integrado entre as instituições nacionais e internacionais.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Além do desenvolvimento científico, ao internacionalizar o Projeto Biomas Tropicais será possível ter o trabalho chancelado por instituições estrangeiras.
“Junto com o seminário, no dia 15 de junho, vamos lançar uma plataforma onde as instituições internacionais vão participar junto com os cientistas brasileiros do desenvolvimento de projetos. A participação será efetiva e operacional. Eles vão contribuir com a ciência e, ao mesmo tempo, chancelar o trabalho de sustentabilidade que estamos fazendo. Os contatos estão avançados e várias universidades da área irão participar”, disse Barros.
Ex-ministro da Agricultura e presidente do Fórum do Futuro, o mineiro Alysson Paolinelli também ressalta a importância da chancela internacional.
“A contribuição internacional na ciência será preciosa não só para aumentar nossa capacidade de geração de conhecimento, mas também para validar o trabalho feito aqui e que, muitas vezes, não é bem interpretado no mundo. Com a presença de grandes universidades e instituições internacionais, nós queremos que eles acompanhem e participem desse trabalho de desenvolvimento do terceiro salto da produção em áreas tropicais”.
O que é o Projeto? |
De acordo com os dados do Fórum do Futuro, o Projeto Biomas Tropicais tem como objetivo primaz aprofundar o conhecimento científico dos Biomas Tropicais instalados no Brasil, visando identificar os limites sustentáveis de uso dos seus recursos naturais. A partir dessas informações, e através de aproximações sucessivas, pretende-se aferir e localizar as condições favoráveis de clima de negócios situados na cadeia de valor da oferta alimentar, considerando o desenvolvimento e adoção de sistemas produtivos inovadores, sustentáveis e competitivos no âmbito da Bioeconomia, que permitam o aproveitamento do potencial dos recursos naturais dos Biomas Tropicais existentes no Brasil e lograr prosperidade para a sociedade. Os biomas brasileiros são o Amazônico, o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, os Pampas e o Pantanal. Cada um deles tem características próprias e ações de preservação e ocupação diferenciadas. |
Disseminação de tecnologia
Também existe um movimento para que instituições estrangeiras participem do financiamento para a disseminação das tecnologias e inovações desenvolvidas. O objetivo é levar o conhecimento e implantar técnicas em outras localidades com clima tropical – como África e América Latina – que ainda convivem com a fome, a miséria e a guerra. Além de permitir a produção de alimentos, a disseminação das tecnologias viáveis e aplicáveis para os pequenos produtores é importante para promover a geração de renda e empregos e reduzir a desigualdade social.
Paolinelli explica que a intenção do Fórum do Futuro também é criar um pacto internacional, reunindo fundos, para disseminar os conhecimentos gerados com o Projeto Biomas.
Segundo ele, com a internacionalização do programa, será possível trazer alguns fundos que já estão sendo usados pela agricultura brasileira. A produção mais avançada já está recebendo apoio de diversos fundos de diversas origens: são capitais do mundo árabe, como também da Europa e dos Estados Unidos.
“Estes fundos já entendem a viabilidade da agricultura tropical. Estamos fazendo um grande esforço junto a várias instituições, como o Bird e o Banco Mundial, para compormos um pacto internacional para transferir essa tecnologia para as outras áreas tropicais que são críticas, onde existe a fome, a miséria e, principalmente, a guerra. Esse esforço seria muito bem recebido em termos de tentativa de reduzir a desigualdade”.
Ouça a rádio de Minas