Brasil perderá neste ano R$ 30,5 bi com déficit de armazenagem de grãos

São Paulo – Safras recordes e um elevado déficit de armazenagem de grãos no Brasil têm pressionado os prêmios da soja e do milho para níveis negativos em relação ao mercado internacional, o que indica perdas para a cadeia produtiva do País de R$ 30,5 bilhões em 2023, estimou ontem (4) a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio.
Das perdas totais, a soja responderia por aproximadamente R$ 19 bilhões, e o milho, por R$ 11,5 bilhões, apontou a Cogo. Os valores foram obtidos considerando os prêmios negativos – no caso da soja, os piores em cerca de 20 ano – e os embarques já realizados e previstos para os próximos meses.
Com a safra recorde, vendas lentas de produtores e um déficit de armazenagem de 124 milhões de toneladas, considerando a colheita deste ano estimada em 313 milhões de toneladas, houve a formação de uma “tempestade perfeita”, notou o sócio-diretor da consultoria, Carlos Cogo, em evento com jornalistas.
Além da questão estrutural (o déficit de armazenagem), ele chamou a atenção para o fator conjuntural. “Os produtores venderam pouca soja antecipada no ano passado. Quando chegou na colheita (deste ano) tinha menos de um terço da safra vendida, o menor volume de vendas antecipadas nas últimas oito safras”, disse, lembrando que a lentidão dos negócios esteve associada a uma alta de custos que interferiu na estratégia dos agricultores.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Ouça a rádio de Minas