Agronegócio

Café: organização internacional elenca prioridades

Café: organização internacional elenca prioridades
Alguns países produtores da África e América Central exportam quase 100% do grão, sem consumo no mercado interno - Divulgação

Na última semana, a 122ª Sessão do Conselho da Organização Internacional do Café (OIC), que foi realizada na sede da entidade, em Londres, teve como um dos principais assuntos a desvalorização dos preços mundiais do café. O encontro trouxe resultados positivos para a cafeicultura, uma vez que foram elencadas ações para modificar o cenário, como o estímulo ao consumo do café nos países produtores, a intensificação dos diálogos entre os elos da cadeia e a exploração do uso alternativo do café de baixa qualidade. Enfrentando preços baixos no mercado, o setor produtivo do café acumula prejuízos que podem comprometer a capacidade de investimento nas próximas safras, com riscos de redução da oferta mundial.

Durante a reunião, representantes dos principais países produtores relataram a situação atual do mercado do café. Os preços pagos pelo grão estão abaixo do custo de produção, o que compromete a sustentabilidade econômica da atividade.

De acordo com o Conselho Nacional do Café (CNC), entidade nacional que participou da sessão da OIC, diante do cenário desfavorável, os países-membros da OIC elencaram, em resolução consensual assinada pelas nações produtoras e importadoras que compõem o Conselho Internacional do Café na OIC, uma série de ações a serem adotadas para promover o café e estimular a recuperação dos preços internacionais.

Dentre as ações – que ainda serão estruturadas – está a criação de um plano de comunicação global voltado aos consumidores e que irá envolver produtores, indústrias, formadores de opinião e outras partes interessadas. O objetivo é divulgar, por meio de mídias sociais e demais veículos de comunicação, a realidade econômica do setor cafeeiro – do produtor ao consumidor final. As ações devem começar a ser implantadas a partir do Dia Internacional do Café, em 1º de outubro de 2018.

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Também ficou acordado que os representantes do setor irão instruir a OIC a promover o diálogo entre todas as partes interessadas que integram a cadeia de valor do café para assegurar a sustentabilidade econômica dos produtores. A OIC também garantirá que entre os países-membros haja um intercâmbio eficaz de iniciativas nacionais de políticas públicas que promovam a sustentabilidade econômica.

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Consumo – Outra ação proposta é a mudança das prioridades do Plano Estratégico da OIC, adotando o tema “Rentabilidade: Consumo e Produtividade” para o ano cafeeiro 2018/19. Haverá a inclusão da promoção do consumo como diretriz em todos os planos de ação da OIC que visam à implementação da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

Um dos pontos mais defendidos pelos representantes dos países produtores de café é o estímulo ao consumo, principalmente, nas nações produtoras que exportam quase 100% do grão e não tem a tradição de consumir o café no mercado interno.

Para que isso aconteça, haverá estímulos para que os países exportadores adotem programas que incrementem os níveis de consumo interno. A OIC também deverá apoiar iniciativas que explorem usos alternativos para o café de qualidade inferior, o que exigirá o estreitamento de laços entre a OIC e a indústria torrefadora internacional.

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