Agronegócio

Setor abre safra mineira de café e pede apoio em valorização do produto

Evento foi realizado pela primeira vez, reuniu representantes da cadeia produtiva e passa a integrar o calendário da cultura em Minas
Setor abre safra mineira de café e pede apoio em valorização do produto
Lançamento da safra mineira foi feito no Cerrado, uma das regiões destaques na produção cafeeira | Crédito: Marcelo Camargo

A safra mineira de café foi oficialmente aberta nesta quinta-feira, no município de Araguari, na região do Cerrado. O evento, realizado pela primeira vez, reuniu representantes da cadeia produtiva e deve passar a integrar o calendário da cultura em Minas Gerais. A primeira edição da “Abertura da Safra Mineira de Café” foi considerada estratégica para o setor por reunir os integrantes da cadeia, entidades e políticos.

Durante o evento, os representantes da cafeicultura do Estado apresentaram demandas importantes do setor como a necessidade de melhorias das estradas, da qualidade da energia elétrica, maior segurança no campo, investimentos em pesquisas e também no marketing do café no mundo.

A abertura da Safra Mineira de Café foi realizada pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado – Região do Cerrado Mineiro, Prefeitura Municipal de Araguari e Agência de Desenvolvimento de Minas Gerais (Ademinas). 

O presidente da Fundação do Desenvolvimento do Cerrado (Fundacer), Francisco Sérgio de Assis, ressaltou que o encontro é um marco para a produção mineira e brasileira de café e um momento oportuno para mostrar o potencial da cultura.

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“Que essa iniciativa seja um marco para Minas Gerais e para o Brasil. Esse projeto de abertura da safra da cafeicultura é para mostrar o valor que a cafeicultura tem por onde ela passa”.

Durante o discurso, Assis destacou a importância da pesquisa no desenvolvimento de novas cultivares, que são mais resistentes e produtivas, e também para o avanço das tecnologias, que permitem uma cafeicultura cada vez mais eficiente, com o uso racional dos recursos e tornando a atividade mais sustentável. 

“É preciso turbinar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, principalmente, na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)”, disse. 

Setor reivindica melhorias

O representante da Fundacer também reivindicou melhorias na qualidade e oferta da energia, nas estradas e também do marketing do café brasileiro no mercado interno e externo.

“O Brasil é o protagonista da cafeicultura mundial, só que nós nos comunicamos mal. Precisamos usar essa cadeia unida do café – indústria, exportação, solúvel e a produção – para que a gente faça uma política de divulgação global. Beba café, beba café sustentável. O Brasil produz carbono neutro, tem as maiores reservas florestais do mundo e nós precisamos fazer isso valer. Nós precisamos vender esse peixe cada dia mais e juntos, de forma estratégica, de forma inteligente”.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, ressaltou que entre os desafios a serem enfrentados à frente da pasta está a necessidade de trabalhar a imagem do produtor rural. 

“É preciso trabalhar a imagem do produtor, principalmente, no mercado internacional. Insistem em colocar a peça de que nossos produtores não respeitam o meio ambiente, que não têm boas práticas ambientais e trabalhistas. Muitas vezes, fazem isso só para tirar a nossa competitividade. Porque, no fundo, sabem que os nossos produtores são competentes, cumprem as leis e sabem que nós temos o Código Florestal mais exigente do mundo”.

“Café do Governo” vai divulgar produto pelo mundo

Durante o evento, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, anunciou que o setor cafeeiro vai disponibilizar para o governo o “Café do Governo” para ser distribuído como brinde pelo mundo. Diante da oferta, Fávaro explicou que está peregrinando pelo mundo e vai levar o café brasileiro.  
“Vou levar o café mineiro, brasileiro, com QR code e mostrar a forma como é produzido, que tem sustentabilidade, que sequestra carbono e que tem respeito às boas práticas trabalhistas. Vamos mostrar para o mundo o que nós temos”, concluiu.

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