Patrimônio de Minas, Queijo Cabacinha está mais perto de ser regulamentado

Reconhecido como patrimônio cultural e imaterial de Minas Gerais, o Queijo Cabacinha está mais perto de ser regulamentado no Estado. Isso porque o tão aguardado projeto de caracterização do queijo foi concluído e os dados preliminares serão apresentados, nesta quarta-feira (23), pela equipe técnica durante o durante o Encontro do Agronegócio no Vale do Jequitinhonha, em Itaobim.
Os estudos foram conduzidos pelas empresas de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), juntamente com as universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de São João del-Rei (UFSJ) e o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG).
A caracterização é fundamental para a regularização do Queijo Cabacinha, permitindo, assim, a abertura de mercados, agregação de valor e maior geração de desenvolvimento no campo. Conforme a Epamig, os trabalhos para a caracterização do Queijo Cabacinha tiveram início em 2021. Os estudos envolveram o acompanhamento do processo de fabricação do queijo em nove municípios da região e a realização de análises físico-químicas.
Ao longo do período, houve diversas visitas de acompanhamento, coletas e análises de amostras em diferentes fases do processo produtivo. O processo é necessário para definir as características físico-químicas (proteína, gorduras, sais, umidade, dentre outros), microbiológicas (microrganismos e possíveis patógenos presentes no queijo) e sensoriais (como cor, consistência, aroma, textura, tamanho) do queijo.
Ao todo, as coletas aconteceram em 30 queijarias de nove municípios da região: Jequitinhonha, Ponto dos Volantes, Itaobim, Comercinho, Medina, Cachoeira de Pajeú, Pedra Azul, Divisópolis e Joaíma. O resultado e os relatórios técnicos do trabalho de caracterização também serão apresentados aos produtores rurais, o que acontecerá nos dias 24 e 25 de outubro em Pedra Azul.
O projeto foi finalizado agora e os relatórios estão na fase final de tramitação para o pedido de regulamentação junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Em nota divulgada pela Epamig, o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, destacou a importância da conclusão da caracterização para os produtores da região.
“A produção do queijo Cabacinha na região do Vale do Jequitinhonha possui relevância socioeconômica e cultural significativa. A conclusão do processo de caracterização representa um marco inicial para a elaboração do regulamento técnico de identidade e qualidade do produto. O regulamento vai fortalecer a valorização do queijo, garantindo padrões consistentes de identidade, qualidade e segurança do consumidor”, destacou.
Apesar de ser fabricado no Estado há mais de 80 anos e ser uma demanda antiga da região, a caracterização do queijo nunca havia sido feita, por isso, a conclusão do estudo é um avanço significativo.
“A caracterização do queijo Cabacinha é uma antiga demanda dos queijeiros do Vale do Jequitinhonha. A produção artesanal de queijo se tornou uma tradição desde meados do século passado e, atualmente, está incorporada à identidade regional. A imagem dos queijos em formato de cabaça pendurados em barracas ao longo das rodovias faz parte da paisagem da região, sendo o Cabacinha um produto que está presente na mesa da população local e na bagagem de quem visita o Vale do Jequitinhonha”, disse o pesquisador da Epamig, Daniel Arantes.
Ouça a rádio de Minas