Agronegócio

‘Cerejas’ caídas são preocupação na colheita de café

A Cooxupé colheu pouco mais de 24% da safra esperada até o momento
‘Cerejas’ caídas são preocupação na colheita de café
Foto: Mario Antonio / Adobe Stock

São Paulo – A colheita da safra brasileira de café arábica de 2025 está avançando em áreas importantes, embora muitas “cerejas” tenham caído no chão em algumas localidades, disseram dois especialistas à Reuters nesta semana, já que as previsões de produção mais positivas e a menor demanda esperada suprimem os preços.

A Cooxupé, a maior cooperativa de café do maior exportador do mundo, em Guaxupé, no Sul de Minas, colheu pouco mais de 24% da safra esperada até agora, mas muitos grãos maduros em algumas áreas caíram no chão, disse o gerente de desenvolvimento técnico do grupo, Mario Ferraz de Araújo. “Isso definitivamente afetará a qualidade do café”, disse ele, citando as plantas que tiveram floração precoce como as mais afetadas.

A colheita está bem avançada em algumas regiões, embora alguns produtores estejam esperando que as variedades de maturação mais tardia amadureçam antes, disse Jonas Ferraresso, agrônomo de café que assessora os agricultores brasileiros, na quarta-feira.

A questão das cerejas caídas também foi predominante nas conclusões de Ferraresso. “A preocupação é que, em algumas regiões, essas “cerejas” caídas estão no solo há mais de 40 a 60 dias”, afirmou ele, lembrando que, com as chuvas recentes e a alta umidade do solo, os grãos de varrição podem estar comprometidos.

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Algumas áreas nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná registraram geadas leves a moderadas, disse Ferraresso, acrescentando que uma avaliação completa dos danos levará alguns dias.
Vídeos compartilhados entre cafeicultores do sul de Minas Gerais e vistos pela Reuters mostraram as folhas de algumas plantas de café cobertas de geada.

No geral, melhores estimativas de produção e queda na demanda fizeram com que os preços do arábica caíssem 17% nos últimos três meses, disse o chefe de pesquisa de mercados de commodities agrícolas do Rabobank, Carlos Mera, em uma nota de pesquisa na última terça-feira (24).

No entanto, mesmo com a colheita de 2025 ganhando ritmo, a perspectiva de venda é uma incógnita, acrescentou ele. “Os agricultores estão bem capitalizados e provavelmente esperarão para ver se há algum risco de geada durante o inverno do Hemisfério Sul ou algum padrão de clima seco e quente que possa afetar o próximo processo de floração antes de se tornarem vendedores ávidos”, disse Mera.

Reportagem distribuída pela Reuters

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