Certificação oficial dos peixes ornamentais pode alavancar ainda mais o setor

A produção de peixes ornamentais é uma alternativa de geração de renda que vem atraindo, cada vez mais, produtores na Zona da Mata. A atividade cresce cerca de 2,5% ao ano e os peixes produzidos são enviados para todo o País. Com um potencial enorme de crescimento e movimentando mais de R$ 10 milhões ao ano, a produção de peixes ornamentais vem se organizando e buscando medidas para crescimento sustentável e com biosseguridade. Para isso, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) busca instituir a certificação oficial de peixes ornamentais no âmbito do Programa Certifica Minas.
De acordo com a coordenadora regional do IMA em Viçosa, Maria José Novaes Firmo, a produção de peixes ornamentais na Zona da Mata é bastante forte e próspera. Eles representam 70% do volume nacional e somam mais de 8 milhões ao ano.
“Os peixes produzidos na região são comercializados em todo o País e tem uma significância muito grande. O Polo de Excelência em Piscicultura Ornamental da Zona da Mata conta com oito cidades e envolve cerca de 450 famílias. Além disso, a atividade traz uma rentabilidade importante, em média, a renda mensal gira em torno de R$ 9 mil por hectares”, esclarece.
Compõem o polo as cidades de Patrocínio do Muriaé; Vieiras; Eugenópolis; Miradouro; Barão do Monte Alto; Muriaé; Rosário da Limeira e São Francisco do Glória. Com o crescimento do mercado, outras cidades no entorno também estão desenvolvendo a atividade.
Diante do potencial de crescimento e da importância econômica, o IMA busca instituir a certificação oficial de peixes ornamentais no âmbito do Programa Certifica Minas. Para isso, houve uma consulta pública para que o setor conhecesse a proposta, enviasse críticas e sugestões, ajudando, assim, a construir um regulamento justo, aplicável e alinhado à realidade da cadeia produtiva. O resultado deve ser divulgado em breve.
A certificação da produção é uma etapa fundamental para consolidar os avanços já conquistados e ampliar a competitividade dos produtores mineiros. Ao cumprir os requisitos estabelecidos, os produtores passarão a ter ganhos concretos em rastreabilidade, boas práticas de produção e eficiência produtiva. Isso permite não só agregar valor aos produtos e acessar novos mercados, como também se beneficiar de políticas públicas, como a redução de 0,5% nas taxas de juros do Plano Safra.
Maria José Firmo explica que a certificação – caso seja instituída – trará maior biosseguridade para a produção, além de avanços nos processos de gestão. Com a certificação de peixes ornamentais, os piscicultores participantes poderão aprimorar a gestão, aumentar a sustentabilidade e fortalecer a competitividade.
“A produção dos peixes ornamentais traz uma renda significativa e o mercado tem grande potencial para ser explorado. Na região, há outros municípios que também estão apostando na produção e irão integrar o polo, como Carangola, Fervedouro e Pedra Dourada. A cadeia produtiva da região nunca parou de crescer e com a certificação, crescerá de forma sustentável e com biosseguridade. Outra vantagem da produção é que o peixe não tem safra, então se produz o ano inteiro”, aponra.
Ainda segundo a coordenadora regional do IMA, na região já há piscicultores com produções altamente evoluídas, com condições, inclusive, de exportar. Em relação às espécies cultivadas, a região tem grande produção de mais de 50, sendo as principais as Carpas, Kinguio, Lebistes e boa parte da família dos Barbus, dos Ciclídeos e dos Poecilídeos.
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