Agronegócio

Chuva impacta oferta de produtos na Ceasa e preços médios sobem

Com impacto das chuvas, resultado de abril foi de 153.177 toneladas, queda de 9,5% ante março
Chuva impacta oferta de produtos na Ceasa e preços médios sobem
O quilo da laranja foi negociado a R$ 2,35, baixa de 4,9% por mês e alta de 14,1% na comparação anual; tendência é de queda | Crédito: Ceasa Minas/Divulgação

As chuvas registradas em março impactam na produção de alimentos e na oferta de produtos em abril na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), unidade Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). No mês, a oferta total de produtos, 153.177 toneladas, ficou 9,5% menor que em março.

Já na comparação com abril de 2022, a oferta de alimentos aumentou 11,8%, resultado das melhores condições climáticas. Com o resultado, a movimentação financeira na unidade chegou a R$ 678,96 milhões, uma redução de 9,9% frente a março, mas aumento de 19,9% frente a abril de 2022.

O chefe da Seção de Informações de Mercado, Ricardo Fernandes Martins, explicou que, ao longo de abril, o preço médio geral na unidade chegou a R$ 4,42 por quilo. O valor ficou praticamente estável frente a março, com pequena redução de 0,2%. Já na comparação com abril de  2022, houve alta de 7,3%.

“Em março, devido ao clima, tivemos uma oferta de alimentos muito boa, mas as chuvas no final do mês impactaram na produção e no volume ofertado em abril. Frente ao ano passado, é interessante ressaltar que as chuvas no início de 2022 foram muito fortes e prejudicaram a produção, o que este ano foi menos impactante, contribuindo para o aumento da oferta”. 

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Em relação aos preços médios, que subiram 7,3% frente a abril de 2022, o aumento dos custos de produção estimulou a alta.

“Ao longo de 2022 houve um aumento significativo dos preços dos produtos. Mesmo com uma maior oferta, quando os valores cedem, eles não reduzem tanto, já que o custo de produção está altíssimo e a mão de obra muito cara. Tudo isso pesa no preço do produto final”.

Grupos 

Entre os grupos, o de hortigranjeiros apresentou uma oferta de 119.206 toneladas, redução de 9,4% frente a março, mas uma alta de 7,9% frente a abril de 2022. O preço médio, R$ 3,97, subiu 1% se comparado com o mês anterior e 4,2% com abril do ano passado. 

“Quando comparamos com o ano passado, a gente acha que a situação foi tranquila. A variação de 4,2% é resultado dos custos mais altos e ficou abaixo da inflação no período. Espero que para os próximos meses, se não tiver situação de frio rigoroso, a situação fique ainda mais tranquila para o consumidor”.

Hortaliças

Nas hortaliças, a oferta foi de 63.113 toneladas, queda de 7,5% frente a março. Em relação ao ano passado, foi verificada alta de 13%. “No ano passado tivemos muitos problemas com chuvas”, disse Martins.

O preço médio do quilo das hortaliças chegou a R$ 3,36 e foi o que mais puxou a alta do grupo de hortigranjeiros. Em relação a março, o avanço foi de 5% e frente a abril de 2022 de 14,3%.

“Neste grupo, os itens de grande peso tiveram os preços reajustados. Frente a março, o destaque foi o tomate, com aumento no preço médio de 9,3%, seguido pela batata, 19,2%, e cenoura com alta de 4,4%”.

No mesmo período, houve queda no valor do repolho, 19,2%, da abóbora moranga, 20%, e da cebola, 4,2%. 

Frutas

Em relação às frutas, a oferta na unidade, em abril, chegou a 51.652 toneladas, frente a março houve queda de 11,4% e na comparação com abril do ano passado houve alta de 3,3%. Preço médio do quilo dos alimentos, R$ 4,35, apresentou no mês redução de 0,9%, mas no ano subiu 25%.

“Algumas culturas foram muito afetadas pelas chuvas, como, por exemplo, o mamão formosa. O quilo está em R$ 6,84, valor que caiu 6,8% em abril frente a março, mas em relação a igual mês do ano passado subiu expressivos 128,8%. O mamão Havaí, com o quilo negociado a R$ 8,28, segue o mesmo padrão. No mês, foi verificada queda de 2,6%, porém na comparação anual, a alta é de 80%. As regiões produtoras destes alimentos, Bahia, Rio Grande do Norte e Espírito Santo, foram muito castigadas pelas chuvas”.

No grupo, o abacate apresentou a queda mais expressiva. Com o quilo avaliado em R$ 2,95, a fruta ficou 23% mais barata frente a março e 14,7% menor que abril do ano passado. O quilo da laranja foi negociado a R$ 2,35, redução de 4,9% no mês e alta de 14,1% na comparação anual.

“A partir de agora a tendência para a laranja é que os preços fiquem mais baixos por causa da época de produção e da concorrência com a ponkan, que está em plena safra”, explicou Martins.

Tendências

Para os próximos meses, caso as condições climáticas sejam favoráveis, a tendência é maior oferta de alimentos e preços mais acessíveis

“Neste início de mês, percebemos que a oferta está relativamente normal e houve uma redução dos preços, apesar de não ser muito expressiva. Mas, de toda forma, estamos trabalhando com a ideia de que os preços em maio e junho sejam menores do que em abril, o que será bom para o consumidor. Mas temos que ter cautela pois qualquer problema climático de proporção maior pode alterar a expectativa”, disse Martins. 

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas