Agronegócio

Clima impacta e Minas vai colher 14% a menos de grãos na safra 2023/24

Estimativa foi divulgada pela Conab e volume será de 16 milhões de toneladas; condições desfavoráveis do clima impactaram também montante do País, que terá baixa de 6,7%
Clima impacta e Minas vai colher 14% a menos de grãos na safra 2023/24
Soja, que é o grão mais cultivado do Estado, teve produção 6,7% menor e alcançou 7,78 mi/t | Crédtio: Reprodução AdobeStock

As condições climáticas desfavoráveis fizeram com que Minas Gerais registrasse uma queda de 14% na safra 2023/24 de grãos. Conforme a 10ª Estimativa da Safra de Grãos 2023/2024, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado foi responsável por um volume de 16 milhões de toneladas. A soja, que é o grão mais cultivado no Estado, ficou com a produção 6,7% menor, somando, assim, 7,79 milhões de toneladas. 

Conforme a estimativa, ao longo do ciclo, houve uma redução de 1,9% na área plantada, que somou 4,26 milhões de hectares. A produtividade média estimada para a safra – 3,77 toneladas por hectare – também caiu (12,4%).

A queda também ocorreu em nível nacional. O volume da produção brasileira de grãos atingiu 298,4 milhões de toneladas na safra 2023/2024. O montante representa um decréscimo de 6,7% em relação ao ciclo anterior.

De acordo com a Conab, a diminuição observada se deve, principalmente, à demora na regularização de chuvas no início da janela de plantio, aliada às baixas precipitações durante parte do ciclo das lavouras e às altas temperaturas.

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O gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos, disse que a safra 2023/24 foi uma das mais difíceis ao longo dos quase 50 anos de acompanhamento da produção feito pela Conab.    

Safra de algodão
Ao contrário das demais culturas, algodão em pluma teve aumento de 27,5% na produção da safra em MG frente ao ciclo anterior | Crédito: Reprodução AdobeStock

“Apesar de ser o último levantamento da safra 2023/24, ainda estão em campo as culturas de terceira safra, parte do algodão e culturas de inverno que terão os dados atualizados até o final da colheita. A redução basicamente ocorreu devido aos problemas climáticos enfrentados ao longo do ciclo”, explicou. 

Produção dos principais grãos caiu na safra 2023/24

Dentre os grãos mais produzidos, a soja foi o destaque negativo em volume. Ao longo da safra 2023/24, a colheita somou 7,79 milhões de toneladas, representando, portanto, uma retração de 6,7%.

Conforme a Conab, a queda é resultado da menor produtividade, que apresenta diminuição de 10% e rendimento médio de 3,46 toneladas por hectares. A retração se deve ao clima que impactou de forma negativa na produtividade. Quanto à área plantada, a mesma ficou 3,7% maior, somando, então, 2,25 milhões de hectares. 

Outro grão amplamente cultivado em Minas, o milho também encerrou o ano safra com queda. A produção total somou 6,12 milhões de toneladas. Dessa forma, houve queda de 22,9%. A menor produção se deve tanto à redução da área cultivada como da produtividade. A produtividade geral da produção de milho caiu 13% e somou 5,3 toneladas por hectare. Já a área total de produção, 1,14 milhão de hectares, retraiu 11,3%.

Ainda sobre a produção mineira do milho, a primeira safra apresentou queda de 24,3%, com a colheita de 3,9 milhões de toneladas. Na segunda, a produção do cereal chegou a 2,2 milhões de toneladas, 20,2% a menos. 

Outra cultura cujo rendimento também foi afetado pelo clima foi a de feijão. A safra total do grão encerrou em 518,4 mil toneladas. Tanto na primeira como na segunda safra houve queda no volume. A primeira safra rendeu 206 mil toneladas, representando, assim, um volume 6,4% menor. Na segunda safra de feijão, a queda foi de 12,2%, com a colheita de 152,2 mil toneladas. 

Já a terceira safra do feijão, que é irrigada, manteve a estabilidade. A colheita foi de 159,8 mil toneladas, variação positiva de apenas 0,3%”.

Algodão

Ao contrário dos demais grãos, para o algodão em pluma, a estimativa é positiva. A previsão é de um aumento de 27,5% na produção de pluma, chegando a 65,9 mil toneladas. Conforme a Conab, a área de cultivo está estimada em 32,1 mil hectares, o que gerou uma alta de 24,4%. A produtividade, 2,05 toneladas por hectare, tende a subir 2,5%.

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