Com impacto do clima, safra de grãos em Minas Gerais fica 11,4% menor

Após colher uma safra recorde no ano passado, na atual temporada (2023/24) a produção de grãos, em Minas Gerais, ficará 11,4% menor, totalizando 16,5 milhões de toneladas.
Conforme a sétima estimativa da safra de grãos 2023/2024, divulgada nesta quinta-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Minas Gerais sofreu uma redução de 1,2% na área plantada, que somou 4,28 milhões de hectares. A produtividade média estimada para a safra, 3,8 toneladas por hectare, também caiu 10,3%.
A tendência de queda também é vista em nível nacional. A produção de grãos no Brasil, prevista em 294,1 milhões de toneladas, tende a uma redução de 8%.
Entre os fatores que provocaram a queda estão os efeitos negativos do El Niño nas produtividades e questões mercadológicas.
O gerente de acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos, destaca que a queda na produção de grãos é resultado do clima adverso: “Nesta safra, o El Niño teve um impacto grande na produção, influenciando negativamente a safra 2023/24. O maior impacto foi na soja, que é o principal grão cultivado”.
Produção de soja terá queda de 8% em Minas
Os dados da Conab mostram que a produção de soja em Minas Gerais vai retrair 8%, gerando, assim, 7,67 milhões de toneladas.
Nesta safra, a área destinada ao cultivo da oleaginosa aumentou 2,2%, somando 2,21 milhões de hectares. Devido às condições climáticas adversas, a produtividade retraiu 10%, com rendimento médio por hectare em torno de 3,4 toneladas. No Estado, a colheita atingiu 75% das lavouras.
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Produção total de milho pode cair 20,3% em MG
Segundo grão mais produzido em Minas Gerais, o milho também terá uma colheita menor na safra 2023/24. Conforme a Conab, na primeira safra, que é a maior de Minas Gerais, serão 3,7 milhões de toneladas, uma queda de 26,6%.
A retração acontece pela queda de 14,3% na produtividade, 5,6 toneladas por hectare, e também pela redução de 14,3% na área plantada, resultando, então, em 669,9 mil hectares cultivados com o cereal.
“A queda na produção do milho não ocorreu somente pelo El Niño, mas também pela conjuntura mercadológica que impactou na redução da área frente à safra passada”, disse Vasconcellos.
Para a segunda safra de milho, a estimativa é de uma queda de 8,8% e colheita de 2,5 milhões de toneladas. As condições climáticas e a presença de pragas fizeram com que os produtores apostassem menos na cultura. Assim, a área destinada ao cultivo do milho segunda safra caiu 9,2%, com o uso de 460 mil hectares. A produtividade – 5,5 toneladas por hectare – tende a subir 0,5%.
Conforme a análise da Conab, na segunda safra do milho, a grande redução de área é justificada pela maior migração para o sorgo, que tem mais resistência aos períodos secos. Em alguns casos, houve perda para plantios de cobertura, que visam recuperar o solo.
Outro fator que afastou os produtores foi a grande pressão que a cigarrinha está exercendo nesta safra. Segundo os técnicos da Conab, é visível a campo os sintomas do enfezamento nas lavouras, principalmente naquelas mais jovens, semeadas a partir da segunda quinzena de fevereiro.
Desta forma, a tendência é que a produção total de milho na safra 2023/24 fique 20,3% menor em Minas Gerais, somando 6,3 milhões de toneladas.
Demais grãos cultivados em Minas Gerais
Assim como no milho e na soja, o feijão também terá uma produção menor. A estimativa da Conab para a primeira safra do grão indica uma produção de 209,7 mil toneladas, uma retração de 4,9%.
A produtividade tende a cair 2,7% com a colheita de 1,4 tonelada por hectares. A área plantada ficou 2,2% menor, atingindo 143,5 mil hectares. O clima adverso justifica o menor volume.
Para a segunda safra de feijão, a tendência também é de retração, de 9,2%, e colheita de 157 mil toneladas do grão em Minas Gerais.
Assim, na safra de grãos 2023/24, a estimativa da Conab aponta para um volume total de feijão, em Minas, de 546,7 mil toneladas – 1,2% a menos.
Sorgo e algodão em alta
Na safra 2023/24, a produção de sorgo tende a crescer. A previsão é chegar a um volume de 1,3 milhão de toneladas, 11,1% a mais. Quanto à área, houve aumento de 11,3% e 375,7 mil hectares destinados ao cultivo da cultura.
Favorecida pelo clima e também pelas condições de mercado, a previsão aponta para um incremento de 16% na colheita de algodão total no Estado, que pode chegar a 144,5 mil toneladas.
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