CNA pede R$ 1,5 bilhão à Fazenda
São Paulo – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) enviou um ofício ao Ministério da Fazenda solicitando a suplementação orçamentária de R$ 1,5 bilhão para equalização de taxas de juros do crédito rural pelo Plano Safra, diante do esgotamento de recursos de algumas linhas antes do previsto.
Segundo comunicado da CNA divulgado ontem (28), o ofício foi assinado pelo presidente da entidade, João Martins, citando que diversas linhas de crédito estão suspensas, como os investimentos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).
“A elevação da taxa de juros e o orçamento insuficiente fizeram com que os recursos para a equalização das taxas no crédito rural acabassem antes do previsto. Além disso, a elevação dos custos de produção impactou no aumento do ticket médio das operações”, reiterou a entidade em comunicado.
A confederação ressaltou que, com as interrupções de algumas linhas ainda no início da safra 2022/23, muitas operações ficaram paradas nas esteiras de crédito das instituições financeiras, o que atrasou investimentos em armazenagem, irrigação e práticas de agricultura de baixo carbono em todo o País. Além disso, o produtor rural precisou de mais recursos para financiar sua produção, em detrimento da adoção de inovações tecnológicas, afirmou a nota.
O comunicado revela também que os preços de alguns fertilizantes como a ureia e o cloreto de potássio aumentaram 30%, em média, de março de 2022 a fevereiro de 2023, ao passo que os preços da soja, milho e do boi gordo caíram em torno de 20% no mesmo período.
Ainda no ofício, a CNA reconhece e entende as dificuldades enfrentadas com o orçamento. Entretanto, avalia que a aprovação e a liberação do volume de recursos solicitado são “imprescindíveis e urgentes para garantir a continuidade dos investimentos do setor”.
Ação do Mapa
No início deste mês, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, solicitou ao Ministério da Fazenda o montante de R$ 1 bilhão para equalização de juros do Plano Safra, que permitiria a liberação de R$ 30 bilhões em crédito adicional aos produtores até o final do ciclo 2022/23, em junho.
Na ocasião, o ministro havia dito que este é um período importante para este tipo de solicitação, pois as principais feiras do setor já começaram a acontecer no país, momento em que os produtores adquirem máquinas e equipamentos agrícolas.
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