Agronegócio

Cofco planeja construir dutos de biodiesel no MT

Cofco planeja construir dutos de biodiesel no MT
Aprosoja confirmou continuidade de atividades no campo | Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

São Paulo – Após ampliar em 42% sua capacidade de produção de biodiesel em Mato Grosso, a Cofco International prevê construir dutos que liguem sua planta a distribuidoras de combustíveis que operam na área do terminal ferroviário em Rondonópolis.

A iniciativa é uma forma de aumentar a eficiência e sustentabilidade do negócio, disseram executivos da Cofco à Reuters, sem revelar o tamanho do investimento.

Com a ampliação da unidade, concluída ao final do ano passado, a planta de biodiesel da Cofco no Estado passou a ter capacidade de 306 milhões de litros/ano.

Os dutos, que a empresa planeja construir no final do ano, deverão entrar em funcionamento em algum momento de 2020.

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“Somos a única esmagadora de soja e produtora de biodiesel no empreendimento (na pera ferroviária de Rondonópolis), e estamos lançando uma inovação de distribuição: a construção de um duto que conecta a unidade da Cofco a distribuidoras de combustíveis que estão na pera”, contou Carolina Hernandez Tascon, diretora comercial e de trading de grãos e oleaginosas da companhia chinesa no Brasil.

Atualmente, a Cofco atende clientes transportando o biodiesel de caminhão ou por ferrovia. Como o empreendimento ferroviário industrial de Rondonópolis, da operadora Rumo, conta com distribuidoras de combustíveis também, os dutos da Cofco poderão ser de um a dois quilômetros, e portanto não muito longos, segundo a executiva.

A Cofco tem figurado no país entre os cinco ou seis maiores produtores de biodiesel, cuja mistura no diesel do Brasil aumentou em 1 ponto percentual, para 11%, recentemente.

“Não somos os maiores… mas temos esse posicionamento logístico que é único, estamos na ferrovia dentro do estado do Mato Grosso, o esmagamento de soja é integrado ao biodiesel, já usávamos os vagões, e agora ficamos mais únicos ainda, porque ninguém terá ‘pipeline’ para abastecer as distribuidoras”, disse o diretor da divisão de grãos e oleaginosas da Cofco International no Brasil, Valmor Schaffer.

Com a iniciativa “pioneira” da empresa, além de ganhar eficiência, o empreendimento situado no maior Estado produtor de soja do Brasil fica mais sustentável ambientalmente, reduzindo emissões de CO2, uma vez que a empresa deixa de utilizar caminhões e trens para transportar o biodiesel, disseram os executivos.O movimento está em linha com outras ações da Cofco em busca de sustentabilidade.

Em julho, a empresa estatal chinesa obteve junto a um consórcio de bancos empréstimo de mais de US$ 2 bilhões vinculado a ações de sustentabilidade.

Segundo a Cofco, não foi necessário ampliar a capacidade de esmagamento de soja na planta de Mato Grosso para atender o aumento da demanda da unidade produtora de biocombustível de Rondonópolis, já que neste segmento a empresa operava com alguma capacidade ociosa.

A planta de soja em Mato Grosso pode processar 1,4 milhão de toneladas ao ano, informou a empresa.

Os executivos revelaram ainda que a Cofco International está parcialmente compensando a menor movimentação de soja no Brasil neste ano, devido à queda na demanda chinesa, com uma maior originação de milho, em meio a recordes nas exportações do cereal pelo País. (Reuters)

Uso de soja na produção deve crescer 20%

Rio – A demanda de óleo de soja para o biodiesel deverá crescer mais de 20% em 2020, ante o previsto para este ano, para 5 milhões de toneladas, com impacto do aumento obrigatório da mistura do biocombustível no diesel fóssil, informou a Associação Brasileira Indústrias Óleos Vegetais (Abiove), ontem.

A mistura obrigatória no Brasil foi elevada de 10% para 11% em 1º de setembro e será elevada novamente para 12% em março do próximo ano, conforme cronograma do governo.

“O biodiesel… está sendo um vetor bastante interessante de demanda pelo óleo”, disse a jornalistas o economista-chefe da Abiove, Daniel Furlan, ao participar do evento FT Commodities Americas Summit, no Rio.

Segundo ele, neste ano, as 4,1 milhões de toneladas utilizadas para o biodiesel representam cerca de metade de demanda total por óleo de soja do País.

O óleo de soja é a principal matéria-prima para a produção de biodiesel no Brasil, respondendo por cerca de 75% do total, segundo a Abiove.

Dessa forma, uma esperada safra recorde em 2019/20, conforme previsões de analistas, pode ser importante para que o país possa atender as obrigações da mistura de biodiesel de forma adequada.

Outro fator positivo para produtos de soja neste ano, ressaltou Furlan, é a demanda por farelo da indústria de carnes, que tem investido para atender exportações maiores diante da peste suína africana na China, que reduziu de forma expressiva os rebanhos chineses. (Reuters)

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