Começa a colheita da safra de café 2025 em Minas Gerais

A safra mineira de café foi oficialmente aberta. A cerimônia aconteceu na quinta-feira (5), em Araguari, na Região do Cerrado. Durante o evento, que reuniu integrantes da cadeia, entidades e políticos, os representantes da cafeicultura ressaltaram a importância do produto na economia do Estado. O grão tem sido o principal motor das exportações do agronegócio e também foi fundamental para que o setor superasse a mineração. Enfrentando desafios climáticos, a produção total de café, em Minas Gerais, deve alcançar 26,09 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2025. Assim, haverá uma queda de 7,1% frente à safra passada.
A Abertura da Safra Mineira de Café 2025 foi organizada pela Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado de Araguari (Coocacer). No mesmo dia, a entidade realizou o 2º Fórum Mineiro do Agronegócio Sustentável. O evento é importante para traçar caminhos para um agronegócio cada vez mais ativo e responsável em relação à sustentabilidade.
Durante a abertura da safra, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Campos, ressaltou a importância do café na economia mineira e nacional. Ele também frisou que é necessário avançar na rentabilidade do grão nacional no mundo.
“O café vem reassumindo a sua posição de destaque dentro da agricultura nacional e também a importância no mundo, somos os maiores produtores e exportadores. Mas há muitos desafios para fazer do café um produto de alta rentabilidade. O Brasil é o maior exportador, mas no PIB mundial do café, o País representa menos de 4% de tudo aquilo que o café gira”, avaliou.
Indicações Geográficas
Ainda conforme Campos, a rentabilidade do café mineiro e nacional tem largo espaço para crescer e deixar o produto nacional em um patamar cada vez mais elevado. Uma das principais formas é a conquista das Indicações Geográficas (IG), que destacam o café como produto nobre e de alta qualidade.
“Aí vem a questão dos índice geográficos que tanto defendemos e precisamos. Os terroirs nacionais precisam ser defendidos e o Mapa está juntamente com os cafeicultores para termos, cada vez mais, as nossas Identificações Geográficas (IG). As IGs são essenciais e valorizam o produto de cada região. O café vem se colocando cada vez mais como um produto nobre e o seu reconhecimento valoriza o trabalho do produtor, a qualidade e a representatividade dentro da produção”, acrescentou.
Conforme Campos, o setor produtivo está feliz com os preços pagos pelo café, que atingiram patamares recordes após uma oferta ajustada no mercado, e também com a colheita da safra. Apesar de menor em função das temperaturas e da falta de chuva, é esperado um bom resultado em 2025.
“Partimos para mais uma safra, que tenho certeza que será bem melhor que a passada. Que tenhamos a responsabilidade e o juízo de fazermos, destas safras boas e dos preços nunca vistos para o café, as mudanças e a qualificação do produto”, completou.
Café impulsiona as exportações do agronegócio
Na abertura da safra de café, o diretor de Atração de Investimentos da Invest Minas, Leandro Andrade, ressaltou a importância do café para a economia mineira.
“Estamos celebrando, em Minas Gerais, um momento histórico. As exportações do agronegócio, pela primeira vez, superaram a mineração. Foram US$ 15 bilhões contra R$ 14 bilhões da mineração. O motor, a tração de tudo isso é o café que nos elevou e tem continuado a nos elevar”.
Também presente ao evento, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileira, destacou a importância das exportações. Ele enfatizou ainda que é necessário trabalhar cada vez mais para ampliar as fronteiras no mercado mundial e mostrar que a produção cresce impulsionada pela inovação.

“O CNC tem trabalhado intensamente para que a cafeicultura possa ultrapassar fronteiras europeias, americanas, do Oriente Médio, da Ásia levando aquilo que temos de melhor, que é o melhor café do mundo. Nosso parque cafeeiro era muito grande, mas, com o passar do tempo, os produtores reduziram a área e aumentaram a produção. Isso aconteceu através da ciência, da pesquisa, do conhecimento e da assistência técnica. Houve essa grande modificação na produção do café e podemos demonstrar que somos grande porque investimos em pesquisa, ciência e qualidade, que faz o grande diferencial”, reiterou.
Colheita da safra 2025 de café será menor, mas expectativa é de boa qualidade
A colheita da safra 2025 de café na Região do Cerrado Mineiro (RCM) começou na segunda quinzena de maio, com movimentação mais relevante nas propriedades maiores que fazem o café cereja descascado. A colheita na RCM deve se intensificar a partir da segunda quinzena de junho e se estenderá até agosto.
Conforme o diretor-executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal, a estimativa é que a safra da região seja um pouco menor que a de 2024. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a produção de café no Cerrado mineiro em 5,2 milhões de sacas, o que representa uma retração de 2,7% no volume frente a 23024. A queda é atribuída ao clima desfavorável.
“Ainda não é possível falar em percentual de colheita. Vamos ter uma condição melhor de estimar a partir da segunda quinzena de junho, já que grande parte dos municípios está em fase bem inicial. Haverá uma quebra na produção, fruto das dificuldades climáticas, como período de seca longo em 2024 e, em 2025, uma estiagem em fevereiro”, explicou.
Apesar das dificuldades, a estimativa é de grãos de boa qualidade. “Os desafios climáticos continuam, mas a expectativa de qualidade é bem positiva. Quanto ao mercado, estamos na ansiedade para saber como irá comportar”, explicou Tarabal.
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