Colheita da safra de café exigirá cuidados especiais em Minas Gerais

Com a aproximação do período de colheita do café, os cafeicultores de Minas Gerais se preparam para um novo desafio, que é colher uma produção maior em um período de isolamento social para o controle do novo coronavírus.
Nas regiões montanhosas, onde grande parte da colheita é feita manualmente, os produtores terão a tarefa de manter os trabalhos de colheita, ampliar os cuidados com a higienização e evitar as aglomerações.
Dentre as medidas a serem tomadas estão a necessidade de escalonar o uso de áreas comuns e do transporte de funcionários, para evitar aglomerações, o não compartilhamento de equipamentos e objetos pessoais e a instalação de mais pontos de higienização no campo. Para produtores que têm infraestrutura adequada, a postergação do início da colheita em 15 a 20 dias também é indicada.
De acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa para a safra 2020 de café, em Minas Gerais, aponta para um volume de 30,7 milhões de sacas a 32 milhões de sacas de café. Os números representam incremento entre 25,1% e 30,7%, respectivamente, em relação à temporada anterior. Neste ano, o aumento da produtividade média devido à bienalidade positiva e o clima favorável justificam o crescimento do volume.
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O assessor especial de Café da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Niwton Moraes, explica que a entidade está divulgando material para orientar os cafeicultores.
Postergação da colheita – Uma das indicações, que pode ser adotada por produtores que têm infraestrutura adequada, é a postergação do início da safra em cerca de 15 a 20 dias. Moraes conta que, habitualmente, os produtores antecipam a colheita para o final de abril, mas, este ano, devido ao Covid-19, a indicação é de que essa antecipação não aconteça.
“Estamos propondo que o produtor avalie a capacidade operacional e veja se consegue reduzir o tempo de colheita postergando o início. Se for possível, ele prestará um grande serviço à comunidade e a ele mesmo, podendo ter eventuais ganhos. Ao colher o grão mais maduro, o café ficará mais pesado e pode ter qualidade melhor na análise sensorial.
Mas é importante frisar que o produtor precisa avaliar a estrutura disponível e ver se consegue colher a safra em tempo menor para evitar perdas”, destaca.
Ainda segundo Moraes, até o momento, não existem riscos de faltar mão de obra para colher a safra, uma vez que os trabalhadores dependem da safra do café para sobreviver. Além disso, o transporte interestadual de trabalhadores está autorizado pelo governo do Estado pela atividade ser considerada essencial, o que facilita a vinda dos trabalhadores. Mas será preciso adotar medidas importantes para evitar a disseminação do coronavírus.
“É importante, principalmente nas regiões de colheita manual, que os equipamentos, como as derriçadeiras, por exemplo, sejam individuais e identificados. Também deve haver um trabalho de conscientização e orientação para que os funcionários adotem os cuidados necessários para evitar a contaminação pelo coronavírus”, explica.
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