Símbolo do Cerrado, pequi fortalece economia e cultura do Norte de Minas
O pequi, fruta típica do Cerrado brasileiro, tem grande relevância na economia do Norte de Minas Gerais. Movimentando cerca de R$ 250 milhões por safra, a produção envolve em torno de 30 mil famílias de agricultores e é uma importante fonte de renda. A safra foi iniciada agora em Novembro e se estende até o início de 2026.
Conforme o secretário de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural de Montes Claros, Osmani Barbosa Neto, o pequi, que é colhido livremente, é muito importante para a região. Além de compor vários pratos típicos do Norte de Minas, no período de novembro a janeiro, também, é opção de diversificação de renda de diversas famílias, principalmente, da agricultura familiar.
“A colheita do pequi, que é feita através do extrativismo sustentável, é muito importante para a região, por aumentar muito a renda do pequeno produtor. As famílias fazem a colheita e vendem nas feiras e para as indústrias. Por safra, na região Norte de Minas, são colhidas cerca de 170 mil toneladas de pequi. Em torno de 70% da comercialização do fruto colhido no Norte de Minas acontece em Montes Claros, onde também é realizado grande percentual de seu beneficiamento”.
Na região, são cerca de 2,5 milhões de pés de pequi em produção. A cultura movimenta cerca de R$ 250 milhões por safra e envolve em torno de 30 mil famílias de agricultores. Além do consumo do fruto in natura, as indústrias da região também produzem o pequi em conserva – inteiro e fatiado -, o óleo e a fruta congelada, o que, além de agregar valor, permite comercializar o item ao longo de todo o ano.
O responsável técnico pela Cooperativa Grande Sertão, José Fábio Soares, com sede em Montes Claros, destaca a relevância do pequi para a cooperativa e as famílias extrativistas. A cooperativa, que atua em 45 municípios do Norte de Minas, conta com cerca de 370 cooperados envolvidos no arranjo produtivo do agro-extrativismo de frutos nativos do Cerrado e da Caatinga.
“O pequi é crucial como fonte de renda complementar para as famílias extrativistas, especialmente durante a safra. A Cooperativa Grande Sertão processa e comercializa o pequi em diversas formas, incluindo pequi congelado, óleo de pequi e polpa fatiada. Esses produtos são vendidos para o mercado institucional, para supermercados e, no caso do óleo de pequi, também para o mercado externo, incluindo a Europa, com destaque para a França”.
Soares explica que a coleta do pequi é realizada de forma sustentável, com extrativistas seguindo boas práticas de coleta de forma a proteger a espécie e o bioma Cerrado.
Dentre os desafios enfrentados, conforme Soares, estão as mudanças climáticas que têm afetado a produtividade e favorecido o aparecimento de novas pragas. “O extrativismo predatório – feito por pessoas que chegam de outras regiões do País – também tem danificado as plantas e reduzindo a produtividade. Há ainda as queimadas que estão aumentando no Cerrado. Por fim, pensando como cooperativa, tem desafios como a necessidade de recursos, como capital de giro para compra da produção”, explicou.
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