Agronegócio

Compra menor de carne bovina pela China afeta MG

Compra menor de carne bovina pela China afeta MG
Com o terceiro maior rebanho bovino do País, Minas é impactada pela menor demanda chinesa por carne | Crédito: Divulgação

Grandes produtores de carne bovina de Minas Gerais estão sentindo os impactos de uma menor demanda do produto pela China, principal mercado exterior dos frigoríficos mineiros. A queda nas importações pelo país asiático do produto originário de várias partes do mundo foi de 12,6% em outubro, segundo dados divulgados no início da semana pela Administração Geral das Alfândegas.

Só o Brasil, já nos primeiros quatro dias de novembro, exportou 29,1% a menos para a China, em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme dados da balança comercial do Ministério da Economia.

Entre os fatores que contribuíram para o cenário de queda na exportação de carne brasileira bovina ao país asiático estão o embargo imposto pela China, em 4 de setembro, após o registro de dois casos da doença da “vaca louca” (um em Minas e outro em São Paulo), considerados atípicos pelos especialistas e, sobre os quais, os riscos de contaminação foram descartados após investigação dos órgãos sanitários. 

Minas Gerais tem o terceiro maior rebanho bovino do País e segue como um dos estados mais impactados pela menor demanda chinesa. No ano passado, o Estado exportou cerca de 327,9 mil toneladas (10% a mais que em 2019). China e Hong Kong responderam por 71% dos embarques de carne bovina. As informações são do Balanço do Agronegócio 2020, da Secretaria de Estado da Agricultura.

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“O volume de carnes que deixou de ser importado pela China ainda é prejudicial para o setor, já que o mercado chinês participa de mais de 50% das exportações da carne brasileira. É preciso que normalize, pois a situação é preocupante”, disse, sem citar números, o presidente da Associação de Frigoríficos de Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal (Afrig), Sílvio Silveira.

Cautela

Conforme o analista de Agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Walysson Lara, neste momento, é necessário lembrar que as questões sanitárias, referentes a doenças como a chamada “vaca louca” (encefalopatia espongiforme bovina), são levadas muito a sério no país chinês.

O especialista lembra, ainda, que hoje o Estado conta com o Fundo de Defesa Sanitária (Fundesa), que tem como objetivo atuar junto aos órgãos para prevenir e erradicar doenças animais, contribuindo para que o País siga como o principal produtor da carne, com capacidade para exportar em quantidade e qualidade e de forma competitiva.

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