Conab prevê aumento de 6,5% na safra de grãos de Minas Gerais

As chuvas mais regulares estão contribuindo para o bom desenvolvimento da safra 2024/25 de grãos. Conforme os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa é que Minas Gerais colha 17,12 milhões de toneladas de grãos, superando, então, em 6,5% a safra 2023/24. Para o ano-safra, é esperada recuperação da produtividade das lavouras, que no ciclo passado foi bastante afetada pelas condições climáticas desfavoráveis. No Estado, um dos destaques é a soja, cuja produção tende a somar 8,6 milhões de toneladas, incremento de 10,5%.
No Brasil, a estimativa aponta para uma produção de 322,4 milhões de toneladas de grãos, o que representa um aumento de 8,2%, ou seja, 24,5 milhões de toneladas superior ao volume obtido no ciclo 2023/24.
Conforme o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos, a ampliação da produção vem da recuperação da produtividade e, em algumas culturas, pela maior área cultivada.
“O resultado positivo esperado se deve à estimativa de recuperação da produtividade, sobretudo das lavouras da primeira safra frente a igual período da safra passada. Produtos como o feijão, o milho, a soja e o algodão estão com bom desenvolvimento e expectativas de boas produtividades”.
A perspectiva de recuperação da produtividade, segundo Vasconcellos, se deve ao clima mais propício para a produção agrícola. Conforme os dados da Conab, as chuvas recorrentes têm mantido a umidade no solo em níveis satisfatórios, assim, as condições seguem aptas para o desenvolvimento da safra.
“As chuvas estão com boa frequência se comparado com 2023 e gerando condições mais favoráveis para a recuperação das produtividades das lavouras. As temperaturas também estão mais normais, frente aos extremos de 2023 onde houve temperaturas recordes. A previsão para o próximo trimestre é de chuvas acima da média, permitindo boa expectativa para colheitas”, explicou.
Principais grãos cultivados em Minas Gerais
Em Minas Gerais, o grão mais produzido é a soja e as expectativas são de aumento na colheita. Conforme a Conab, a estimativa é de um aumento de 10,5% na produção da oleaginosa, alcançando, assim, 8,6 milhões de toneladas. A alta na produção virá da produtividade 7,1% maior, com rendimento por hectare de 3,7 toneladas por hectare, e da ampliação da área cultivada com soja em 3,2%, com 2,3 milhões de hectares.
“Para a soja, é esperada recuperação da produção em relação à última safra, que sofreu com temperaturas elevadas e falta de chuvas. Há também aumento da área. Mesmo com todos os problemas, a soja é uma cultura atrativa para os produtores. Até o momento, o clima está indo muito bem, as chuvas de novembro favoreceram a finalização da implantação e o desenvolvimento acontece de maneira favorável”.
Assim como na soja, a produção mineira de algodão segue com tendência de crescimento. Os dados da Conab apontam para um incremento de 19,6% na produção, somando, assim, 112,2 mil toneladas de algodão em caroço. No ciclo produtivo, a área cresceu 34,9% e a produtividade tende a cair 11,3%.
Produção de milho e feijão será menor na primeira safra
Já a produção de milho, na primeira safra tende a recuar. Os dados apontam para uma queda de 2,1% no volume, chegando, portanto, a 3,8 milhões de toneladas. Na cultura, a área de plantio caiu 10,3%, chegando a 613,5 mil hectares. Com o clima favorável, a expectativa é de aumento de 9,2% na produtividade, com a colheita de 6,2 toneladas por hectare.
“Para a primeira safra de milho a estimativa é de área plantada menor frente à safra passada. Isso, em função da conjuntura de mercado que estimula a competição com outras culturas como feijão e a soja. Apesar da redução de área, a produtividade tende a ter recuperação frente à última safra, permitindo, assim, uma boa safra”.
Quanto ao feijão, Minas Gerais tende a produzir menos na safra 204/25. Conforme os dados da Conab, para o feijão primeira safra, a previsão é de uma queda de 7,1% em volume, estimado em 191,8 mil toneladas. A produtividade média esperada, 1,5 toneladas por hectares, está 8% maior. No ciclo, houve redução de 14% na área.
“Em Minas Gerais, apesar da redução de área, ainda haverá uma área considerável para o feijão. Conforme o cultivo avança, temos observado possibilidades de aumento de produtividade com clima mais favorável. O plantio já está praticamente encerrado e as chuvas seguem favoráveis para a cultura”.
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