Agronegócio

Produção de azeites em Minas Gerais será visitada pelo Conselho Oleícola Internacional

Delegação do COI ficará três dias no Sul de Minas para estudar região da Serra da Mantiqueira e estrutura da Epamig; produtos mineiros já chamam atenção pelas premiações
Produção de azeites em Minas Gerais será visitada pelo Conselho Oleícola Internacional
Conselho Oleícola Internacional foi criado em Madri, em 1959, e é formado pelo principais produtores e exportadores de azeites e azeitonas de mesa do mundo | Foto: Divulgação Vinícola Essenza

Os azeites de oliva produzidos em Minas Gerais e no Brasil têm ganhado destaque em diversos concursos internacionais. No Brasil, a extração do primeiro azeite extra virgem aconteceu há apenas 17 anos, em Maria da Fé, na região Sul de Minas, fruto dos estudos desenvolvidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Desde então, a produção vem crescendo e despertado a atenção do mundo. Exemplo disso é que nos dias 26, 27 e 28 de setembro uma delegação do Conselho Oleícola Internacional (COI) estará no Sul de Minas para conhecer a região da Mantiqueira e a estrutura da Epamig. 

O conselho foi criado em Madri, na Espanha, em 1959. É composto pelos principais produtores e exportadores de azeite e azeitonas de mesa. Os membros do COI respondem por 94% da produção mundial de azeitonas, dos quais a União Europeia responde por quase 72%.

Conforme o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura, Pedro Moura, a equipe do COI está interessada em conhecer o Banco de Germoplasma de Oliveira, implantado na década de 1990. O banco conta com cerca de 60 cultivares de oliveiras de diferentes locais do mundo, sendo de grande importância para as pesquisas realizadas pela Epamig.

Os estudos conduzidos pela Epamig através do Banco de Germoplasma são essenciais para a produção mineira de azeites de alta qualidade. Na terça-feira (23), o azeite Mantikir Grappolo, produzido em Maria da Fé, conquistou mais uma vez uma posição de destaque no Olio Nuovo Days, realizado em Paris, na França.

O azeite Mantikir Grappolo é oriundo da monovarietal Grappolo 541 da Epamig, uma cultivar melhorada, de origem italiana, adaptada para as condições da Serra da Mantiqueira. Produz um azeite frutado, herbáceo e com moderado amargor e pode ser usada também na produção de azeitona de mesa.

Azeite Mantikir Grappolo
Na terça-feira (23), Azeite Mantikir Grappolo, da Vinícola Essenza, foi eleito o segundo melhor do Hemisfério Sul e primeiro do Brasil em concurso na França | Foto: Divulgação Vinícola Essenza

“O Banco de Germoplasma foi criado em 1990 e conta com oliveiras vindas de diferentes partes do mundo. É um banco fundamental para a produção de azeites e azeitonas, uma vez que serve de base para os estudos e pesquisas da Epamig. Através dele, estudamos e identificamos as melhores e mais adaptadas cultivares para cada região produtora. Os membros do COI querem conhecer o banco e, isso, mostra que nosso trabalho tem chamado a atenção do mundo, mostra a importância das pesquisas feitas pela Epamig”, comemora.

Ainda segundo Moura, o COI estuda e estabelece normas para a produção de azeite, sendo referência no mundo. “Devido ao destaque que os azeites produzidos no Brasil têm ganhado nos concursos internacionais, os membros do COI decidiram visitar a Serra da Mantiqueira”, reforça o coordenador.

A equipe da Epamig apresentará aos integrantes do COI o funcionamento e as instalações do Campo Experimental, incluindo o laboratório de qualidade do azeite, a agroindústria e os pomares experimentais. Eles também vão conhecer o histórico da olivicultura em Minas Gerais e o papel da Epamig nesse desenvolvimento. Também serão apresentados os trabalhos em curso, as conquistas na olivicultura e os desafios atualmente enfrentados.

“A visita do COI fortalece o reconhecimento do terroir, dos azeites premiados e das práticas de produção que se destacam. Receber uma delegação do COI é para nós como uma validação da qualidade da nossa produção de azeite. A partir deste evento, podem surgir parcerias nas pesquisas, na realização de cursos de capacitação, abertura de mercado e incentivo aos produtores locais”, comemora Moura.

A programação inclui ainda um encontro entre produtores e especialistas, além de palestras dos membros do COI, María Juarez e Abderraouf Laajimi. A visita também busca estreitar relações com instituições estratégicas ligadas à produção, pesquisa e inovação no setor de azeite e olivicultura.

“A visita servirá de estímulo para a olivicultura regional e aos investimentos em inovações no setor. O encontro pode trazer percepções de novas tecnologias, melhores práticas, normas internacionais e expectativas globais”, destaca o coordenador da Epamig.

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