Agronegócio

Consórcios para aquisição de veículos pesados e máquinas agrícolas crescem 37%

De acordo com a Abac, só no ano passado foram liberados R$ 12,6 bilhões em créditos para a compra de veículos no segmento 
Consórcios para aquisição de veículos pesados e máquinas agrícolas crescem 37%
Crédito: AdobeStock

O uso do crédito para a compra de veículos pesados está crescendo no Brasil. A constatação é da assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). De acordo com a instituição, em 2023 foram liberados R$ 12,6 bilhões em créditos para a compra de veículos no segmento, ou seja, cotas contempladas. O resultado é 37% maior que o do ano anterior (2022), quando o número foi de R$ 9,2 bilhões em créditos disponibilizados.

De acordo com os dados, foram comercializados no País – mas não necessariamente contemplados – R$ 46,76 bilhões em créditos . No montante, estão operações de consórcios de máquinas agrícolas, como tratores, plantadeiras e colheitadeiras, além de caminhões e implementos rodoviários e agrícolas.

De acordo com o vice-presidente de Negócios da Embracon, empresa de consórcios, Luís Toscano, o consórcio de veículos pesados possui uma vantagem para o comprador. São os custos menores quando comparados a financiamentos, uma vez que não possui juros incidindo todo mês, só a taxa administrativa acordada previamente e que, hoje, gira em torno de 12%.

Segundo Toscano, ao contrário do financiamento, em que os juros são cobrados por ano, as taxas do consórcio são definidas pelo período de parcelamento. Ou seja, se um cliente adquiriu um bem em um consórcio e acordou de pagar o valor com alta de 20% no valor final, em 20 anos ele pagará o que seria equivalente a 1% ao ano. “Não existe concorrência entre uma modalidade e outra porque são feitas para cenários diferentes. O consórcio utiliza juros simples e o financiamento, juros compostos”, avalia o executivo.

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Só a Embracon, registrou um aumento de 23% em consórcios pesados no ano passado e a expectativa é que este ano seja ainda melhor. “Para 2024 mantemos nossa trajetória de crescimento já verificada nos primeiros meses do ano com a expectativa de crescer 16% só nesse segmento”, avalia Toscano.

Luís Toscano comenta as vantagens do consórcio frente aos financiamentos | Crédito: Divulgação / Embracon

Vendas de máquinas novas caíram em 2023 e retração permanece 

De acordo com números do setor especializado, as vendas de máquinas agrícolas novas caíram em 2023 e devem continuar em baixa este ano. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a queda foi de 23,2% no ano passado, cerca de R$ 9 bilhões a menos que no ano anterior.

A associação projeta queda entre 10% e 15% para este ano. Já a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), estima redução de 11% nas vendas de máquinas agrícolas em 2024.

Para Toscano, a relação de retração mostra que o empresário está planejando melhor as aquisições de maquinários.

“O comportamento do empresário evoluiu muito e, hoje, ele sabe que o planejamento financeiro deve fazer parte da sua gestão de patrimônios. O consórcio é o melhor meio para a aquisição de bens e serviços, e destaca-se pelas vantagens econômicas. A taxa mais alta do consórcio ainda é menor que a taxa mais baixa do financiamento. A retração de vendas é oposta ao crescimento de novas cotas de consórcios. O empresário que está contratando agora uma cota de pesados está investindo na aquisição do bem em longo prazo”, avalia o executivo.

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