Agronegócio

Contratações do crédito rural caíram 5% em Minas Gerais

Nos primeiros nove meses da safra 2024/25, montante foi de R$ 41,5 bilhões; volume representa 15% do total liberado para o País, que foi 31% menor
Contratações do crédito rural caíram 5% em Minas Gerais
Foto: Wenderson Araujo Trilux

Nos primeiros nove meses da safra 2024/25, o montante desembolsado do crédito rural para Minas Gerais retraiu 5%. Ao todo, foram liberados para a agricultura e pecuária do Estado R$ 41,5 bilhões. O volume de recursos representa 15% do valor total liberado para o Brasil, que foi de R$ 275,8 bilhões, ficando, então, 31% inferior.

Conforme os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), do valor total destinado a Minas, R$ 27,8 bilhões foram para a agricultura. Assim, o valor retraiu 8% se comparado com os R$ 30,2 bilhões desembolsados entre julho de 2023 e março de 2024. No mesmo período, o crédito rural destinado para a pecuária chegou a R$ 13,66 bilhões, ficando, portanto, 2% maior que os R$ 13,37 bilhões registrados anteriormente. 

Em relação aos contratos aprovados, no Estado foram 190.160 unidades, queda de 12%. Na agricultura, onde a aprovação somou 97.981 unidades, as liberações caíram 7% e na pecuária foi verificada queda de 16%, com a aprovação de 92.179 unidades de contratos do crédito rural. 

Conforme a assessora técnica do Sistema Faemg Senar, Aline Veloso, vários fatores estão interferindo no acesso dos produtores aos recursos do Plano Safra, o que tem gerado queda nos desembolsos. 

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“Nos últimos nove meses, alguns fatores comprometem o acesso ao crédito por parte do produtor rural. O governo federal anunciou um plano robusto, mas nem sempre os recursos chegam aos produtos como gostaríamos. Além do atraso no lançamento, foram várias as interrupções nas liberações dos valores ao longo do ano safra e isso causa receio aos produtores, que acabam buscando recursos em outras entidades financeiras”.

A assessora técnica destaca ainda que a escalada da taxa de juros, combinada com a elevação da inflação e as incertezas, também influencia na busca pelo crédito. Outro ponto que interfere na demanda é o endividamento, resultante das perdas provocadas pelas intempéries climáticas, oscilação dos preços das commodities e aumento dos custos.

Custeio segue como linha mais demandada do crédito rural

Dentre as linhas do crédito rural, a maior demanda dos produtores mineiros é pela linha de custeio, cujos recursos são voltados para cobrir as despesas normais dos ciclos produtivos. No Estado, conforme a Seapa, os desembolsos somaram R$ 23,95 bilhões, valor 4% menor. Ao todo, foram 88.271 contratos aprovados.

A maior parte dos recursos demandados teve como destino a agricultura. Nos primeiros nove meses da safra, as liberações somaram R$ 14,35 bilhões para a agricultura, valor 8% menor.

Dentre as lavouras, considerando somente março, o destaque foi a soja. Ao todo, foram R$ 258,3 milhões liberados para o custeio da cultura ante o montante de R$ 232,36 milhões liberados em igual mês de 2024, uma alta de 11,1%. Logo em seguida, veio a liberação de R$ 235,54 milhões para o café, alta de 12,9%, seguido pelos R$ 69,7 milhões para o milho e R$ 55,11 milhões para o alho.  

As contratações do crédito rural para custear a atividade pecuária alcançaram, nos nove primeiros meses da safra 2024/25, R$ 9,6 bilhões, superando, então, em 5% o valor da safra passada. Em março, entre as atividades pecuárias, a maior demanda veio da produção de bovinos, R$ 780 milhões, em seguida os suínos, R$ 19,59 milhões, e a avicultura, R$ 20,39 milhões.

Demanda pelos recursos de investimento e comercialização também ficaram menores

Outra linha do crédito rural que está com demanda menor é a de investimentos. Conforme os dados, os recursos para o Estado somaram R$ 9,51 bilhões, valor que ficou 6% inferior aos R$ 10,11 bilhões registrados em igual intervalo da safra passada. 

Conforme a Seapa, entre os setores, a agricultura demandou R$ 6,13 bilhões para investimentos. O valor caiu 6% se comparado com os R$ 6,53 milhões registrados no mesmo intervalo da safra passada. Na pecuária, o valor somou R$ 3,37 bilhões para investimentos, queda de 6¨%

Em Minas, para a operação de comercialização das safras, a demanda pelos recursos do crédito caíram 4%. Nos nove primeiros meses do ano safra, foram desembolsados R$ 6,09 bilhões. No intervalo, o setor da agricultura demandou R$ 6 bilhões da linha, 3% a menos. No mesmo período, os recursos voltados para a comercialização dos produtos pecuários foi de R$ 100 milhões, queda de 41%.

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