Copabase quer expandir mercado da castanha de baru

A Cooperativa Regional de Base na Agricultura Familiar e Extrativismo (Copabase), com sede em Arinos, no Noroeste de Minas Gerais, está trabalhando para expandir o mercado da castanha de baru. Em 2024, foram produzidas 14,69 toneladas de baru, gerando um incremento na produção de 8,3% em relação a 2023. Hoje, cerca de 100 famílias extrativistas trabalham junto à Copabase na produção da castanha.
De acordo com a gerente executiva da Copabase, Dionete Figueiredo, a cooperativa está trabalhando para expandir o mercado da castanha e, para isso, a entidade pretende participar de várias feiras. Além de aproximar a cooperativa com os potenciais compradores da castanha, as feiras também são importantes para divulgar informações sobre o baru, tornando-o mais conhecido no mercado.
“Trabalhamos de forma bem planejada para passar bastante segurança aos extrativistas. Hoje, são 100 famílias envolvidas, cuja produção é suficiente para atender o mercado que temos. Nossa ideia é expandir o mercado, para ampliar também o número de famílias fornecendo o baru. Vamos fazer isso de forma gradual e buscando mercados sólidos e mais estruturados”, explica.
Uma das iniciativas foi a participação da Copabase na Fruit Attraction 2025, que aconteceu em São Paulo. O evento, que vem se consolidando como a principal feira internacional para o mercado de frutas e hortaliças no Hemisfério Sul, proporcionou boas oportunidades para ampliar a rede de contatos e fortalecer as parcerias estratégicas. Além disso, foi importante para apresentar a castanha de baru a compradores internacionais.
“A Fruit Attraction serviu para fazermos bastante networking e novos contatos. Agora, nossa expectativa é que, a partir da feira e dos novos contatos, a Copabase desenvolva um relacionamento e, quem sabe, isso culmine em novas vendas do baru. Também tivemos participação em uma rodada de negócios, com mais de 46 compradores de países diferentes. Tivemos ainda uma agenda com oito representantes de empresas internacionais”, confirma.
Conforme a gerente executiva, a feira também foi oportuna para apresentar a castanha de baru, que ainda é pouco conhecida no mercado. “A maioria das pessoas não conhecia o baru, mas, 100% das que conheceram e provaram, gostaram muito. Quando falamos das propriedades nutricionais, as pessoas ficam encantadas”, comemora.
A abertura de novos mercado será essencial para a expandir a produção da castanha, que tem grande potencial de crescimento. Conforme os dados da Copabase, em 2024, foram produzidas 14,69 toneladas de baru, alta de 8,3% em relação a 2023. O destaque foi o crescimento das vendas do baru torrado que aumentou 17,9% e representou 83,3% do volume total, contra 37,3% em 2023.
A expansão do mercado do baru é um dos principais desafios enfrentados pela Copabase, isso porque a castanha ainda é pouco conhecida, principalmente, no mercado interno. No ano passado, cerca de 50% das vendas da castanha do baru foram para o mercado externo, atendendo à demanda vinda dos Estados Unidos, Canadá e Dubai.
“Nosso desafio é abrir mercados mais estruturados e sólidos, não necessariamente que comprem grandes volumes, mas que tenham frequência. Isso é importante para estruturar a cadeia e, no futuro, permitir crescimento maior em volumes. Preferimos crescer com passos lentos, mas certeiros e seguros”, reforça.
O retorno financeiro para as famílias é relevante. O valor recebido pela venda do quilo da castanha gira em torno de R$ 30. “A rentabilidade do baru é maior que o gerado por muitas culturas, como o milho, por exemplo. Quem trabalha com a castanha o ano inteiro não tem renda inferior a quatro a cinco salários por mês”, explica Dionete Figueiredo.
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