Criação de vagas na citricultura cresce 41% em Minas Gerais

A citricultura encerrou mais um ano se destacando como um dos maiores setores geradores de emprego do agronegócio brasileiro. Em Minas Gerais, o segundo maior estado produtor de laranja, o setor registrou um aumento expressivo de 41% na criação de vagas, somando 5.685 novos postos de trabalho. O número positivo é resultado do avanço da cultura no Estado.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram compilados pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).
Conforme o levantamento, o índice de crescimento registrado em Minas Gerais ficou bem acima da média nacional. No Brasil, em 2023, a colheita da laranja foi responsável pela criação de 54.232 empregos, um aumento de 8%. Ainda em nível nacional, o setor encerrou 2023 com um saldo positivo de empregos na citricultura, considerando demissões e contratações, de 1.988 vagas.
Potencial para produção
O diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, explica que as condições favoráveis para a produção da laranja em Minas Gerais têm estimulado a cultura, gerando, assim, mais postos de trabalhos.
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“Minas Gerais tem se tornado um polo importante de investimentos da citricultura, principalmente, por questões fitossanitárias, ou seja, relacionada à pragas e doenças de pomares. Em Minas Gerais, nós temos uma incidência muito mais baixa de doenças importantes, como o greening, do que em comparação a São Paulo, e, isso, faz de Minas Gerais um caminho quase que natural para novos investimentos. Então, por isso, o crescimento tem sido importante”.
Além das questões fitossanitárias, o Estado se destaca pela infraestrutura de escoamento e localização privilegiada. “Em Minas, também existem regiões que são muito aptas para a citricultura e a distância das fábricas de suco de laranja, que estão em São Paulo, ainda é viável economicamente por questões de frete”.
Futuro da citricultura em Minas Gerais é promissor
A tendência para os próximos anos é que a citricultura continue em crescimento, o que pode favorecer a maior geração de empregos no Estado. A atividade conta com 13 milhões de árvores de laranja espelhadas em 28 mil hectares.
Conforme Netto, a citricultura é uma atividade que uma mesma árvore é colhida várias vezes por ano, a depender do número de floradas. Então, quanto maior o número de floradas, maior é o número de passadas para fazer a colheita.
“A contratação depende um pouco disso também. Mas, a tendência é que Minas continue crescendo nos próximos anos. A gente pode esperar, sim, que a citricultura mineira vai continuar demandando bastante emprego e, com o passar dos anos, deve chegar a uma posição cada vez mais importante no ranking de produtores”.

Produção
Conforme o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a última estimativa da safra de laranja 2023/24, divulgada em dezembro, mostra que no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, a colheita deve chegar a 307,22 milhões de caixas de 40,8 quilos.
Dessa produção total estimada, aproximadamente 27,60 milhões de caixas devem ser colhidas na região do Triângulo Mineiro. A estimativa aponta para uma redução de 2,12 milhões de caixas em nível nacional em relação à projeção inicial, divulgada em maio.
“Mesmo passando por safras consecutivas com níveis baixos de produção, a citricultura demanda um grande volume de mão de obra, o que impacta positivamente na geração de empregos nas regiões onde a cultura está presente”, explicou Netto.
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