Agronegócio

Custos do café: fertilizantes e mão de obra são vilões

Custos do café: fertilizantes e mão de obra são vilões
Mais uma vez o café teve o melhor desempenho no Estado | Crédito: Divulgação

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu ontem (3) uma live do Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro para apresentar os custos de produção da cafeicultura. Os principais itens que pesaram no bolso do cafeicultor brasileiro foram fertilizantes e mão de obra. Em 2022, foram levantadas informações sobre a produção de café arábica e conilon em 15 regiões de seis Estados: Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rondônia e São Paulo.

Para a assessora técnica da CNA, Raquel Miranda, além de serem estratégicos para a análise de desempenho do setor, os dados do projeto Campo Futuro são importantes para auxiliar o produtor rural na tomada de decisão do negócio. Durante a live, o coordenador-geral do Centro de Inteligência em Gestão e Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/Ufla), Luiz Gonzaga de Castro, apresentou os principais resultados dos levantamentos, com destaque para a variação do Custo Operacional Efetivo (COE) da atividade nos últimos anos.

Segundo ele, no sistema de produção manual e sequeiro da espécie arábica, foi observada uma elevação considerável do COE para todas as propriedades modais, chegando a um aumento de 151% em Caconde (SP), em relação a 2021. “Isso se deu em razão da redução da produtividade e da alta dos preços dos fertilizantes e dos gastos com a mão de obra”.

O cenário se repetiu no sistema semimecanizado e sequeiro em Capelinha (MG) e Londrina (PR), onde o COE sofreu altas de 53% e 78%, respectivamente. Na condução mecanizada em Monte Carmelo (MG) e Franca (SP) também houve variação do indicador, na ordem de 117% e 78%, respectivamente. “De forma geral, todas as regiões avaliadas pelo projeto tiveram aumento do Custo Operacional Efetivo no último ano, principalmente em função dos fertilizantes e da mão de obra. A média foi de 35% para fertilizantes e 28% para a mão de obra”, apresentou o professor.

Nos sistemas manual e semimecanizado do café conilon em Cachoeiro de Itapemirim, Jaguaré e Rio Bananal (ES), Cacoal (RO) e Itabela (BA), os fertilizantes representaram 33% do COE, e a mão de obra, 30%.

Para Luiz Gonzaga, os maiores impactos nos indicadores vêm das oscilações na receita bruta. “Alternativas de gestão de risco de preço precisam ser trabalhadas, assim como gestão de custos e planejamento”.

O consultor da Safras e Mercado, Gil Carlos Barabach, também participou da live e falou sobre o cenário e as tendências do mercado de café. Apesar da previsão da economia mundial ser de recessão econômica, a projeção para o Brasil na safra 2023/2024 é de aumento na produção e exportação de café. “A perspectiva é de um clima dentro do normal no fim da primavera e início do verão”, apontou ele. Barabach também deu dicas de comercialização para os produtores em um mercado disponível: “É importante dosar vendas, fazer gestão de oportunidade e levar em conta os juros altos no momento da tomada de decisão”. (CNA)

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