Demanda pelo crédito rural cai 13% em Minas Gerais

A demanda pelos recursos do crédito rural ao longo dos primeiros três meses da safra 2024/25, em Minas Gerais, alcançou R$ 18,27 bilhões, significando, assim, uma queda de 13% se comparado com igual intervalo da safra passada. Conforme os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com o resultado, Minas Gerais está respondendo por 15% de todo o crédito liberado para o Brasil, que já chegou a R$ 124,19 bilhões e está 24% menor.
Neste ano, um dos motivos para a queda no valor das contratações do crédito rural foi o atraso na divulgação do Plano Agrícola e Pecuário 2024/25, o que, consequentemente, postergou o acesso dos produtores rurais ao crédito junto às instituições bancárias. Apesar da retração de 13% identificada em Minas Gerais, o índice de queda ficou menor do que o visto nos primeiros dois meses da safra, quando o valor das contratações estava 32% inferior no Estado.
Ao todo, no Estado, foram aprovados 67.315 contratos entre julho e setembro, resultando, então, em uma queda de 22% frente aos 86.586 registrados em igual intervalo da safra passada.
Para a agricultura mineira foram contratados nos primeiros três meses da safra R$ 12,41 bilhões do crédito rural, resultando, assim, em uma variação negativa de 17% quando comparado com os R$ 15,01 bilhões registrados em igual período da safra anterior. O número de contratos aprovados caiu 21%, somando 35.107 unidades.
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Na pecuária, foi observada queda de 1% na demanda total pelo crédito rural. O desembolso somou R$ 5,86 bilhões no trimestre, ante R$ 5,91 entre julho e setembro de 2023. A aprovação de contratos chegou a 32.208 unidades, 24% a menos.
Apesar de queda, linha de custeio é a mais demandada do crédito rural
A linha de custeio, cujo recursos são essenciais para cobrir as despesas do ciclo produtivo, é a mais demandada pelos produtores rurais mineiros. Entre julho e setembro, foram contratados R$ 11,35 bilhões em crédito, uma queda de 6%.
Apesar do valor inferior ao ano passado, a baixa ficou bem menor que a registrada ao longo dos dois primeiros meses do novo Plano Safra 2024/25, que apontava uma retração de 74% no volume de recursos liberados. A aprovação de contratos retraiu 6%, encerrando, então, o primeiro trimestre da safra em 37.754 unidades aprovadas.
Para o custeio da agricultura, os desembolsos somaram R$ 7,02 bilhões. O valor caiu 13%, se comparado com os R$ 8,1 bilhões registrados anteriormente. Ao todo, os contratos aprovados para agricultura somaram 20.775 unidades, resultando, então, em uma diminuição de 15%.
No mesmo período, a pecuária demandou R$ 4,33 bilhões da linha de custeio, volume 8% maior. A aprovação de contratos aumentou 6%, encerrando, assim, com a aprovação de 16.979 pedidos.
Comercialização e investimentos
Assim como na linha de custeio, os produtores rurais do Estado também acessaram menos recursos da comercialização da safra. No primeiro trimestre da safra, o crédito liberado foi de R$ 2,45 bilhões, retraindo, então, em 22%. A aprovação de contratos somou 1.281 unidades, 23% a menos. Para a agricultura, o crédito da linha de comercialização alcançou R$ 2,42 bilhão em desembolsos, variação negativa de 21%. Já para a pecuária, o montante liberado, R$ 300 milhões, ficou 69% menor.
No Estado, a demanda pelos recursos para investimentos caiu 19%, chegando a R$ 3,44 bilhões nos primeiros três meses da safra. No período, os investimentos no setor pecuário somaram R$ 1,34 bilhão, retração de 15%. O número de contratos aprovados para a atividade, 15.180, retraiu 42%.
A busca do crédito rural para investir na agricultura caiu 22%, e as liberações encerraram os três primeiros meses da safra em R$ 2,1 bilhões. O número de contratos aprovados, 13.019, ficou 29% inferior.
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