Projeto ‘Descobrindo a Cachaça d’Alambique’ quer valorizar a bebida

Com o objetivo de destacar a produção de cachaça em Minas Gerais, o projeto Descobrindo a Cachaça d’Alambique terá sua primeira edição entre os dias 11 e 15 de setembro. O evento, que será no Mercado de Origem Olhos d’Água, em Belo Horizonte, reunirá diversas marcas mineiras, palestras, rodadas de negócios e atrações musicais.
Conforme o curador do projeto Descobrindo a Cachaça d’Alambique, Humberto Candeias Cavalcanti, o evento visa destacar a produção da cachaça de alambique, mostrar a diferença para o mercado consumidor e também estimular a legalização das marcas.
“O objetivo do nosso evento é trazer para o consumidor e para o turismo o conceito da cachaça de alambique e o que ela significa. Recebemos, em 2022, a concessão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para usarmos o nome cachaça de alambique nos rótulos. Isso permitirá que o consumidor reconheça a qualidade do produto. É também uma possibilidade de trazer uma bebida de alta categoria, de alta qualidade sensorial e também para que a gente possa, realmente, levar em consideração a cachaça legalizada”, esclarece.
Durante o evento, haverá uma feira com cachaças regularizadas produzidas em várias partes do Estado. Além disso, também haverá aulas-show, palestras, rodadas de negócios e atrações musicais.
Conforme o gestor cultural e coordenador-geral do evento, Bosco Ladeira, as expectativas são positivas. As inscrições das cachaças para participar do evento ainda estão abertas e é esperada a participação de diversos produtores de várias partes do Estado. Um dos pontos mais importantes do evento e que vai promover o fortalecimento da bebida será a rodada de negócios.
“Teremos 12 empresários, de vários ramos incluindo desde supermercados até distribuidores, conversando diretamente com os produtores. Cada produtor terá uma hora para apresentar a bebida e fazer negócios”, explica.
Concurso
O evento também será palco de uma das etapas do 1º Concurso de Avaliação da Qualidade das Cachaças de Alambique e Aguardentes de Cana Mineiras – Cachaças Mineiras 2024, realizado pela Emater-MG. A etapa de julgamento das bebidas será de 11 a 13 de setembro. Para julgar as bebidas, haverá um corpo de jurados com 24 profissionais. Ao todo, 289 cachaças participam do concurso.
Evento será importante para o fortalecimento da identidade da cachaça de alambique
Para o curador do projeto Descobrindo a Cachaça d’Alambique, Humberto Candeias Cavalcanti, o evento terá papel relevante na divulgação do que é a cachaça de alambique e também para o fortalecimento da identidade da bebida para o consumidor.
“Queremos que o consumidor entenda quais são as qualidade da cachaça de alambique, essa bebida que é genuinamente brasileira e de Minas Gerais”.
Cavalcanti explica ainda que, no fim de 2022, depois de muito esforço dos representantes de Minas, o Mapa passou a permitir o uso da “cachaça de alambique” nos rótulos, um avanço importante que permitiu a diferenciação da bebida da cachaça industrial.
“Vencemos uma batalha grande contra os lobbies dos grandes produtores de cachaça industrial. Antes, a cachaça de alambique e a industrial eram vendidas somente como cachaças, mas, há uma diferença grande no sistema de produção, na forma de produzir. Então, conseguimos vencer e agora podemos utilizar o termo cachaça de alambique. A portaria passa a vigorar agora no final de 2024. Então, queremos que o consumidor entenda essa diferença”.
Minas lidera a produção
Conforme o superintendente da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Gilson Sales, Minas Gerais lidera a produção da cachaça de alambique no Brasil.
“Honramos o título de maior produtor de cachaça de alambique do País e detemos o maior número de cachaçarias registradas. Em Minas Gerais, são 504 estabelecimentos que produzem a cachaça formal, regularizada, que geram empregos, renda, impostos e que fazem o sistema girar. Esse número representa 41,5% de toda a cachaçaria regularizada no Brasil”.
Em 2023, a cachaça de alambique foi a bebida mais exportada por Minas Gerais, gerando, portanto, uma receita de US$ 1,108 milhão. “São dados que mostram a força e a pujança da cachaça de alambique”, disse Sales.
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