Agronegócio

Desembolso do crédito rural cai 21% em Minas Gerais

Ao longo dos três primeiros meses da safra 2025/26, valor chegou a R$ 15 bilhões, inferior aos R$ 19,05 bilhões de igual período da colheita anterior
Desembolso do crédito rural cai 21% em Minas Gerais
O café liderou os desembolsos com R$ 1,475 bilhão, seguido pela soja, com R$ 377,62 milhões, e o milho com R$ 160,01 milhões | Foto: Divulgação Seapa-MG

A demanda pelos recursos do crédito rural em Minas Gerais segue em retração. Ao longo dos três primeiros meses da safra 2025/26, o valor total de crédito rural desembolsado no Estado, abrangendo custeio, investimento, comercialização e industrialização, atingiu R$ 15 bilhões. Este montante representa uma redução de 21% em comparação com os R$ 19,05 bilhões desembolsados no mesmo período da safra 2024/25. O número de contratos também registrou queda, passando de 71.552 para 69.452, uma diminuição de 3%.

A participação de Minas Gerais no total nacional de crédito rural foi de 14% em valor. Em nível nacional, a queda nos desembolsos chegou a 33%, com um volume de crédito liberado de R$ 106,13 bilhões.

Dentre as linhas que compõem o Plano Safra, a maior demanda é pela modalidade de custeio. Em Minas Gerais, no primeiro trimestre da safra, as contratações totalizaram R$ 9,93 bilhões, uma queda de 13% em relação aos R$ 11,48 bilhões liberados no mesmo intervalo do ano anterior. O número de contratos de custeio também diminuiu 12%, passando de 38.158 para 33.753. A participação do Estado no custeio nacional foi de 15% em valor.

Do total desembolsado, na linha de custeio a maior demanda veio da atividade agrícola, com o valor de R$ 6,15 bilhões, uma redução de 13% em relação aos R$ 7,10 bilhões registrados anteriormente. O número de contratos caiu 7%, saindo de 21.008 para 19.570.

O café liderou os desembolsos com R$ 1,475 bilhão, seguido pela soja (R$ 377,62 milhões) e milho (R$ 160,01 milhões). A cana-de-açúcar e o alho também tiveram participação, com R$ 65,9 milhões e R$ 64,93 milhões, respectivamente.

Ainda na linha de custeio, para a pecuária foram destinados R$ 3,79 bilhões em custeio, 13% a menos que os R$ 4,37 bilhões do ano anterior. O número de contratos diminuiu 17%. Considerando as atividades, os contratos de custeio para bovinos totalizaram R$ 1,1 bilhão, suínos, R$ 44,58 milhões, e avicultura com R$ 34,67 milhões.

Crédito para investimento caiu 36%

Nos primeiros três meses do Plano Agrícola e Pecuário, a liberação de crédito para investimento em Minas Gerais alcançou R$ 2,45 bilhões no período, uma retração de 36% em comparação com os R$ 3,85 bilhões registrados no primeiro trimestre da safra passada. O número de contratos, no entanto, cresceu 8%, passando de 32.012 para 34.689.

Os investimentos na agricultura demandaram R$ 1,59 bilhão, uma queda de 34% em relação aos R$ 2,42 bilhões anteriores. Apesar do menor volume de recursos, o número de contratos aumentou 12%, somando 16.930 unidades aprovadas.

A pecuária recebeu R$ 860 milhões em investimento, 40% a menos que os R$ 1,43 bilhão do ano anterior. Neste caso, o número de contratos cresceu 5% e chegou a 17.759 unidades.

Comercialização e industrialização

Assim como nas demais linhas, o crédito para comercialização em Minas Gerais caiu, totalizando R$ 1,63 bilhão. Neste caso, a redução foi de 37%. Do total, a atividade agrícola demandou R$ 1,52 bilhão, queda de 40%. Para a pecuária foram liberados R$ 110 milhões em comercialização, um aumento de 300% em relação ao ano anterior. O número de contratos na pecuária cresceu 48% e chegou a 43.

O crédito para industrialização em Minas Gerais somou R$ 990 milhões, gerando, assim, uma diminuição de 14%. O número de contratos diminuiu 20%.

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