Agronegócio

Desembolsos do crédito rural caem no primeiro mês da safra 2025/26

Segundo Seapa, retração foi de 23%; em julho, foram liberados R$ 3,17 bilhões frente aos R$ 4,01 bilhões registrados no mesmo período do ano passado
Desembolsos do crédito rural caem no primeiro mês da safra 2025/26
Entre os produtos, maior parte dos recursos do crédito de custeio para a agricultura foi aplicado na soja | Foto: Wenderson Araújo / Trilux - CNA

Em Minas Gerais, o primeiro mês do Plano Safra 2025/26 registrou retração de 23% nos valores desembolsados. Em julho, foram liberados R$ 3,17 bilhões em recursos financiados através do crédito rural, frente aos R$ 4,10 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Em todas as linhas houve recuo no valor demandado, sendo a maior queda, de 55%, verificada na linha voltada para investimentos. 

Assim como em Minas Gerais, em nível nacional também houve retração dos valores contratados através do crédito rural no primeiro mês da safra. Conforme os dados, foram R$ 25,4 bilhões, resultado, então, em um valor 35% menor que os R$ 38,87 bilhões observados em 2024. Este ano, o Plano Safra foi lançado no dia 1º de julho e a norma publicada em 14 de julho. Assim, os produtores só puderam acessar os recursos disponíveis após a primeira quinzena do mês. 

Conforme os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), além da queda de 23% nos valores do crédito rural liberados para Minas Gerais, também houve redução no volume de contratos aprovados. 

“O valor total liberado para Minas Gerais representa 12% do desembolso nacional, que iniciou a safra em R$ 25,44 bilhões e apresenta queda de 35%. No período de julho de 2025, foram aprovados 13.030 contratos para Minas Gerais, volume 11% menor”, explicou a assessora técnica da Seapa, Amanda Bianchi.

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Linhas

Entre as linhas, a que apresentou a maior demanda foi a de custeio, enquanto a linha de investimento apresentou a maior queda nos desembolsos. Os dados mostram que na linha de custeio – para cobrir as despesas normais dos ciclos produtivos – os produtores contrataram R$ 2,61 bilhões, queda de 13%. 

Para o custeio da agricultura, os desembolsos somaram R$ 1,43 bilhão. O valor  caiu 11%, se comparado com os R$ 1,61 bilhão registrados anteriormente. Ao todo, os contratos aprovados somaram 8.231 unidades, resultando, então, em um aumento de 5%. A pecuária demandou R$ 1,19 bilhão da linha de custeio, volume 15% menor.  A aprovação de contratos caiu 19%, encerrando, assim, com a aprovação de 4.992 pedidos.

Entre os produtos, a maior parte dos recursos do crédito de custeio destinado para a agricultura foi aplicado na soja, R$ 642,63 milhões, seguido pelo café, R$ 628,70, milho, R$ 109,21, e cana-de-açúcar, com R$ 53,13 milhões. No caso da pecuária, a produção de bovinos demandou R$ 1,04 bilhão, seguido pela produção de suínos, com R$ 80,3 milhões, e avicultura, com R$ 32,89 milhões. 

Demanda por crédito rural para investimento cai 55%

No primeiro mês do Plano Safra 2025, a demanda dos produtores mineiros pelos recursos para investimentos ficou 55% menor e somou R$ 290 milhões, ante os R$ 640 milhões desembolsados no mesmo período da safra passada.

No caso da agricultura, foram demandados R$ 180 milhões, retração de 58%. Para a pecuária houve a destinação de R$ 110 milhões, 50% a menos.  

A linha de comercialização também registrou redução nas liberações. No Estado, os desembolsos chegaram a R$ 140 milhões, queda de 47%. Nesta linha, a pecuária apresentou resultados positivos, com um desembolso 32% maior que o registrado em julho de 2024 e somando R$ 20 milhões. Já NA agricultura houve queda de 52% no valor com a contratação de R$ 120 milhões.

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