Desembolsos do crédito rural encerram safra 2024/25 com queda de 4% em Minas Gerais

Os produtores rurais de Minas Gerais, ao longo dos 12 meses da safra 2024/25, demandaram menos recursos do Plano Safra. O desembolso do crédito rural alcançou a marca de R$ 50,84 bilhões entre julho de 2024 e junho de 2025. No fechamento do ciclo, esse valor representou uma retração de 4% em comparação à safra anterior, quando as contratações chegaram a R$ 52,97 bilhões. Com o volume, o crédito destinado ao agronegócio de Minas Gerais respondeu por 14% do montante nacional, que encerrou o ano safra em R$ 368,59 bilhões, queda de 27%.
Com o fechamento do ano safra, o governo federal já lançou o Plano Safra 2025/2026, com R$ 516,2 bilhões em recursos para custeio, comercialização e investimento na agricultura e pecuária empresarial.
Em relação aos desembolsos do Plano 2024/25, conforme os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) do total de R$ 50,84 bilhões desembolsados para Minas Gerais, a maior parte, R$ 29,05 bilhões, foi destinada a financiamentos de custeio. Outros R$ 11,3 bilhões foram aplicados em investimentos, R$ 7,55 bilhões foram para operações de comercialização e R$ 2,30 bilhões voltados para a industrialização. Ao longo do ano safra 2024/25, houve a aprovação de 246.934 contratos de produtores mineiros, o volume 12% menor se comparado com o ano safra anterior.
Em Minas Gerais, a atividade agrícola é a que demanda o maior valor de recursos do Plano safra. Os desembolsos para o setor somaram R$ 33,63 bilhões, representando, portanto, queda de 6% frente aos R$ 35,96 bilhões liberados na safra 2023/24. A aprovação de contratos para a agricultura, 124.161, caiu 1%. Já o desembolso para a pecuária cresceu 1% na safra, somando R$ 17,2 bilhões. Ao todo, as aprovações somaram 122.773 contratos, recuo de 21%.
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Linha de custeio lidera desembolsos do crédito rural
Dentre as linhas, os produtores de Minas Gerais buscaram mais pela de custeio. Os recursos são utilizados para cobrir as despesas normais dos ciclos produtivos. Somente para esta linha, foram R$ 29,05 bilhões aprovados nos 12 meses do Plano Safra, um recuo de 3% se comparado com os R$ 29,95 bilhões registrados na safra anterior. A aprovação de contratos, 107.334, caiu 20%
Para o custeio da agricultura, os produtores tomaram R$ 16,87 bilhões em crédito, valor 7% menor. A aprovação de contratos também caiu, 13%, encerrando o período com 53.101 liberados. Considerando apenas as liberações em junho, último mês do Plano Safra, as culturas que mais buscaram pelos recursos de custeio foram a soja, com um valor aprovado de R$ 367,83 milhões, seguida pelo café, R$ 346,77 milhões, milho, R$ 61,11 milhões, e cana-de-açúcar, R$ 57,92 milhões.
No mesmo período, ao contrário da agricultura, a aprovação do crédito rural para o custeio da pecuária de Minas Gerais cresceu. Ao todo, foram R$ 12,18 bilhões, 4% mais. Apesar do volume maior liberado, houve queda de 25% na aprovação dos contratos, que somaram 54.233 mil unidades.
Entre as atividades pecuárias, o custeio de bovinos chegou a R$ 915,98 milhões em junho. Os desembolsos para a produção de suínos chegaram a R$ 38,88 milhões, e para avicultura, a R$ 18,19 milhões.
Demanda por linha de investimento caiu 6%
Além dos desembolsos menores para o custeio da safra, a linha de investimentos também foi menos demandada. Conforme os dados da Seapa, durante o Plano Safra 2024/25, os produtores rurais de Minas Gerais acessaram R$ 11,93 bilhões em crédito para investir, retração de 6%, sobre os R$ 12,68 bilhões vistos em igual intervalo da safra anterior. A aprovação de contratos caiu 5%, somando, assim, 133.823 unidades.
A agricultura buscou a maior parte dos recursos de investimentos. Ao todo, para o setor foram R$ 7,74 bilhões em crédito, queda de 6%. A pecuária demandou R$ 4,20 bilhões, valor 4% inferior aos R$ 4,59 bilhões liberados na safra 2023/24.
Comercialização e industrialização
Os recursos liberados para a comercialização das produções agrícolas e pecuárias somaram R$ 7,55 bilhões no ano safra, queda de 3%. A agricultura demandou a maior parte do recurso, R$ 7,4 bilhões, 2% a menos. A liberação dos recursos para a pecuária também caíram, 27%, encerrando o período em R$ 150 milhões.
Os recursos liberados para a industrialização no Estado somaram R$ 2,3 bilhões, portanto, 11% a menos. A demanda da agricultura caiu 22%, chegando a R$ 1,63 bilhão. Para a industrialização da pecuária foram R$ 670 milhões em crédito, valor que ficou 39% maior frente ao Plano Safra anterior.
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