Desembolsos do crédito rural em Minas iniciam safra com alta de 4%

O primeiro mês da safra 2021/22 começou com alta na demanda pelos recursos do crédito rural. Em Minas Gerais, foram desembolsados, em julho, R$ 2,61 bilhões, superando em 4% os R$ 2,5 bilhões registrados no mesmo mês da safra anterior. Até o momento, a demanda do setor pecuário cresceu 15% enquanto a da agricultura caiu 1%.
Entre os produtos, a maior busca veio da cultura da soja e da produção de bovinos, que estão com preços valorizados no mercado. A estimativa é positiva para o ano e é esperado desembolso superior aos R$ 30,61 bilhões registrados na safra passada, montante que ficou 24% maior no período.
De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com o valor de R$ 2,61 bilhões, Minas Gerais respondeu por 10% do volume de crédito liberado para o País, que somou R$ 26,7 bilhões, alta de 14%.
Do volume total de crédito liberado para o Estado, a maior parte foi destinada para a agricultura. Ao todo foram desembolsados para o setor R$ 1,70 bilhão, retração de 1% frente aos R$ 1,72 bilhão registrados na safra anterior. Foram aprovados 6.890 contratos da agricultura para o acesso ao crédito, volume 6% superior.
Já em relação à pecuária, os desembolsos no primeiro mês da safra 2021/22 somaram R$ 910 milhões, o que representa um avanço de 15% frente ao volume de crédito liberado no primeiro mês da safra 2020/21, que foi de R$ 790 milhões. A aprovação de contratos cresceu 2%, encerrando o intervalo em 11.609 unidades.
“Neste primeiro mês da safra, tivemos quedas na demanda pelo crédito rural em alguns produtos tanto agrícolas quanto pecuários. O clima não tem sido favorável e, isso, afetou a decisão dos produtores em solicitar o crédito. Mas estamos no início da safra e as expectativas são positivas. Esperamos que os desembolsos superem os da safra anterior, já que tem um maior volume disponível”, explicou a assessora técnica da Seapa Amanda Bianchi.
Distribuição por linhas
Dentre as linhas, a maior demanda foi vista na de custeio. Ao longo de julho, os desembolsos para cobrir as despesas normais dos ciclos produtivos somaram R$ 1,48 bilhão no Estado, variação positiva de 5% frente ao ano anterior.
Para a agricultura os desembolsos da linha de custeio caíram 1% e encerram o mês a R$ 940 milhões. A aprovação de contratos totalizou 3.519, alta de 10%. Houve queda na demanda para o custeio da produção de soja e alta para a do milho.
Dentre os produtos agrícolas, a maior demanda veio da soja, R$ 310,99 milhões, porém, o valor caiu 15,51% em relação a julho do ano anterior, quando os desembolsos somaram R$ 368,10 milhões. Os contratos da cultura do café somaram R$ 310,22 milhões, 10% menor que os R$ 344,7 milhões liberados em igual mês da safra anterior.
Já para o milho, o valor desembolsado em julho subiu 49,1%, passando de R$ 67,89 milhões para atuais R$101,258 milhões.
“O clima interferiu de forma negativa na demanda pelo crédito em alguns produtos como a soja e o café. Por outro lado, a busca pelos recursos está maior na cultura do milho, que apresenta demanda e preços elevados. Na primeira safra, Minas é o maior Estado produtor do cereal”, disse Amanda.
Na pecuária, os desembolsos da linha de custeio somaram R$ 540 milhões, aumento de 20%. Para a produção de bovinos, foram liberados R$ 477,19 milhões, recurso 20% maior que os R$ 395,47 milhões registrados em julho de 2020. Para suínos, o volume ficou 18,1% menor, caindo de R$ 37,95 milhões para atuais R$ 31,06 milhões. Em aves o valor chegou a R$ 20,39 milhões, 66,3% maior que os R$ 12,26 milhões liberados anteriormente.
Alta também foi vista na linha de investimento. Ao todo foram liberados R$ 710 milhões para o Estado, crescimento de 24% frente aos R$ 570 milhões anteriores. Somente para a agricultura os recursos de investimentos somaram R$ 380 milhões, alta de 19%. Para a pecuária foram liberados R$ 330 milhões, elevação de 31%.
Os valores contratados da linha de comercialização caíram quando comparados com igual período do ano passado. De acordo com o levantamento, foram desembolsados R$ 240 milhões para a modalidade em Minas Gerais, variação negativa de 50% sobre os R$ 470 milhões registrados em igual período da safra anterior.
Para a linha de comercialização da agricultura foram liberados R$ 220 milhões, valor que ficou 46% inferior. Para a pecuária, o crédito de comercialização caiu 79%, com liberação de R$ 10 milhões.
“Como esse recurso é também destinado à estocagem dos produtos agropecuários, eu acredito que, com a quebra de algumas safras, os produtores estão demandando menos esse tipo de financiamento agora nesta safra. Pelo menos por enquanto”, explicou.
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