Desembolsos do crédito rural têm aumento de 15% em Minas Gerais

Os produtores rurais de Minas Gerais demandaram maior volume dos recursos disponibilizados através do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) na safra 2019/20.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), entre julho de 2019 e junho de 2020, os desembolsos para o agronegócio estadual ficaram 15% maiores que os registrados em igual período da safra passada, elevando para R$ 24,76 bilhões o montante liberado.
A maior parte dos recursos voltados para o Estado foi destinada à produção agrícola, R$ 15,7 bilhões, e o restante para a pecuária, com desembolsos estimados em R$ 9,06 bilhões. Dentre as linhas, o destaque foi a de custeio, cuja demanda aumentou 14%.
De acordo com o levantamento divulgado pela Seapa, ao longo da safra 2019/20, foram aprovados 222.103 contratos do crédito agrícola em Minas Gerais, elevação de 3% frente aos 215.143 autorizados em igual período do ano-safra passado. O Estado respondeu por 13% do volume desembolsado para o País, que, no período, somou R$ 191,38 bilhões.
O superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Seapa, Carlos Eduardo Bovo, explica que os resultados da safra 2019/20 foram positivos e, analisando o cenário atual, a tendência é de que os produtores continuem demandando crédito para aplicação na próxima safra.
“Graças ao trabalho no campo, tivemos uma produção recorde e, isso, acaba estimulando o produtor a ter uma expectativa positiva em relação à próxima safra. Tivemos uma expansão significativa na injeção de recursos, que entram no Estado movimentando toda a economia e também estimulando o aumento da produtividade e da produção. A expectativa para a próxima safra é otimista. Um diferencial para esta visão é a questão da pandemia, que não afetou de forma significativa o setor. Acreditamos que, passando a pandemia ou reduzindo os efeitos, o setor tende a apresentar um crescimento expressivo em termos de produção, exportação e de demanda pelos recursos do crédito rural”, explicou.
A maior parte dos recursos do crédito rural disponibilizada para o Estado foi para aplicação na agricultura. Os dados mostram que foram desembolsados R$ 15,7 bilhões para o setor, montante 10% superior aos R$ 14,27 bilhões registrados em igual período do ano-safra anterior. Somente para a agricultura, foram aprovados 89.725 contratos, ante os 88.965 liberados na safra passada, o que representa um crescimento de 1%.
Na pecuária, a demanda pelo crédito subiu 23% e somou R$ 9,06 bilhões. No período, foram aprovados 132.378 contratos, volume 5% maior.
Durante a safra 2019/20, os produtores de Minas Gerais demandaram R$ 13,97 bilhões na linha de custeio, aumento de 14% frente a igual período do ano passado. O crédito destinado ao custeio da agricultura cresceu 12% e encerrou o período em R$ 9,04 bilhões. Ao todo, foram aprovados 53.551 contratos na agricultura, variação positiva de 2%.
Em junho, as culturas que demandaram maior volume de recursos da linha de custeio foram a soja (R$ 281,3 milhões), café (R$ 215,31 milhões) e milho (R$ 54,99 milhões).
Para a pecuária os desembolsos da linha de custeio chegaram a R$ 4,93 bilhões, aumento de 18%. O número de contratos aprovados caiu 1%, somando 41.782 liberações de crédito.
Dentre os produtos, em junho, a maior parte dos desembolsos foi destinada à bovinocultura, que somou R$ 465,89 milhões, seguida por suínos, R$ 47,63 milhões, e pela avicultura, com R$ 14,95 milhões liberados.
Investimentos – Ao longo da safra 2019/20, os produtores mineiros demandaram R$ 6,04 bilhões da linha de investimentos, valor 30% maior do que os R$ 4,63 bilhões liberados em igual período da safra anterior. No Estado, o número de contratos aprovados para a linha de investimentos ficou 6% superior, com o pagamento de 124.057 contratos.
A demanda pela linha de investimento cresceu 15% na agricultura, com a liberação de R$ 3,07 bilhões para aplicação na atividade. Ao todo, foram aprovados 34.437 contratos, crescimento de 3%.
Na pecuária, foi verificada elevação de 52% na demanda pelo crédito da linha de investimento, que somou R$ 2,98 bilhões liberados entre julho de 2019 e junho de 2020. A aprovação de contratos subiu 8% e encerrou o ano-safra em 89.620 liberações.
Em Minas Gerais, o valor liberado para a linha de comercialização da safra somou R$ 3,8 bilhões, retração de 15% frente aos R$ 4,48 bilhões liberados na safra anterior. Ao todo, foram aprovados 2.581 contratos, queda de 32%.
Para a agricultura, o crédito da linha de comercialização alcançou R$ 2,88 bilhões, variação negativa de 14%. Já para a pecuária, o montante liberado, R$ 930 milhões, ficou 17% inferior.
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