Agronegócio

Desembolsos do PAP para o agronegócio mineiro crescem 35%

Desembolsos do PAP para o agronegócio mineiro crescem 35%
A cultura do milho esteve entre as que demandaram maior volume de crédito no último mês | Crédito: Divulgação/ANPr

Os desembolsos do crédito rural para Minas Gerais apresentaram nova alta em janeiro. Ao todo, nos primeiros sete meses da safra, foram destinados para os agricultores e pecuaristas do Estado R$ 23,36 bilhões, superando em 35% o valor liberado em igual intervalo da safra anterior. A demanda pelos recursos, que têm juros mais acessíveis, é crescente e necessária diante do aumento dos custos de produção. 

Este mês, o acesso ao financiamento rural subvencionado do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2021/22 foi suspenso de forma temporária em função da falta de orçamento. Conforme o governo federal, a suspensão será de 7 a 28 de fevereiro de 2022. A medida, que não agradou o setor, deve impactar de forma negativa os desembolsos e a produção. 

Conforme os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), nos primeiros sete meses da safra 2021/22, foi registrada alta de 35% na demanda pelos recursos, que já soma R$ 23,36 bilhões. Ao todo, foram aprovados 141.929 contratos, queda de 2%.

Do total liberado para Minas, a maior parte foi para a agricultura. Foram R$ 16,17 bilhões entre julho de 2021 e janeiro de 2022, uma variação positiva de 41%. A aprovação de contratos somou 65.393, aumento de 9%.

Para a pecuária, a liberação de crédito chegou a R$ 7,18 bilhões, 24% de incremento. A aprovação de contratos recuou 10% e somou 76.536 unidades. 

“De 2020/21 pra cá, alguns fatores econômicos e de produção como o dólar, combustível, energia e logística têm impactado os custos de insumos agropecuários, que, por sua vez, impactam o custeio e o investimento das atividades agropecuárias. Com os custos elevados, ocorre, naturalmente, uma demanda maior de crédito pelos produtores”, explicou a assessora técnica da Superintendência de Inovação e Economia Agropecuária, Amanda Bianchi.

Amanda conta ainda que “o acesso a esses recursos em tempo oportuno é fundamental para o desenvolvimento da atividade agropecuária, sobretudo após os últimos eventos climáticos que comprometeram a capacidade financeira e de produção de muitos produtores em diversas culturas, em todo o território mineiro”, disse. 

Sobre a suspensão temporária das contratações de crédito rural, a tendência é de impactos negativos. “A suspensão poderá trazer impactos negativos para o final da safra 2021/22, já que o produtor contava com linhas de crédito com juros menores e agora terá que buscar opções mais onerosas. Isso é preocupante também para a safra 2022/23, já que o aumento de juros também pode ter impacto nas operações de pré-custeio”, afirmou.

Desempenho por linhas   

A linha mais procurada pelos produtores mineiros é a de custeio. Ao todo, a demanda por recursos para cobrir as despesas normais com a produção chegou a R$ 12,29 bilhões, superando em 27% o registrado em igual período da safra passada.

O custeio da agricultura somou R$ 7,79 bilhões, alta de 20%. Foram liberados 36.323 contratos, 6% a mais. Dentre os produtos com maior acesso aos valores, em janeiro, ficaram o café, R$ 199,03 milhões, milho, R$ 94,83 milhões, alho, R$ 74,56 milhões, cana-de-açúcar, R$ 31,83 milhões, e feijão, com R$ 13,7 milhões. 

Para o custeio da pecuária foram desembolsados R$ 4,5 bilhões, aumento de 43%. Aprovação de contratos ficou 17% maior e totalizou 28.811 unidades. Dentre as produções, a maior demanda veio de bovinos, R$ 486,93 milhões, suínos, R$ 28,94 milhões, e avicultura, R$ 7,54 milhões.  

A linha de investimentos encerrou janeiro com elevação de 29% e alcançando um valor de R$ 6,35 bilhões liberados. Ao todo, foram aprovados 75.192 contratos, retração de 11%.

A maior parte dos recursos para investimentos foi para a agricultura, somando R$ 4,01 bilhões já desembolsados, valor que supera em 54% o registrado anteriormente. No período, a aprovação de contratos cresceu 12%, encerrando em 27.712 unidades.

Na pecuária, a expansão na demanda pela linha de investimento chegou a 5%, com a liberação de R$ 2,34 bilhões. A aprovação de contratos caiu 21%, encerrando o período em 47.480 unidades.

Para a linha de comercialização, a demanda chegou a R$ 3,65 bilhões, alta de 60% frente aos R$ 2,28 bilhões liberados no mesmo período da safra anterior. Ao todo, foram aprovados 1.489 contratos, aumento de 37%.

O crédito da linha de comercialização para a agricultura alcançou R$ 3,41 bilhões em desembolsos, variação positiva de 70%. Já para a pecuária, o montante liberado, R$ 240 milhões, ficou 11% inferior.


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