Agronegócio

Em Minas Gerais, vazio sanitário da soja começa em 1º de julho 

Portaria foi publicada pelo Mapa e vai até 30 de setembro; medida é para conter a chamada ferrugem asiática
Em Minas Gerais, vazio sanitário da soja começa em 1º de julho 
Doença conhecida como ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que pode devastar, quando alcança níveis epidêmicos, até 90% da produção | Crédito: Luciane / Stock.adobe.

Em 2024, o período de vazio sanitário da soja, em Minas Gerais, será de 1º de julho a 30 de setembro. A ação tem o objetivo de controlar a ferrugem asiática, doença considerada uma das mais severas que incidem na cultura da soja. Então, ao longo de 90 dias, fica proibido, no Estado, o plantio e a manutenção de plantas vivas da soja. A medida é importante por reduzir a incidência da doença e os prejuízos causados aos produtores.

Entre os grãos cultivados, a soja é o mais produzido pelo Estado. Conforme os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Coanab), a produção de soja, em Minas, ficará em torno de 7,79 milhões de toneladas na safra 2023/24. A área produtiva também é a maior: 2,25 milhões de hectares.

A definição do vazio da soja foi publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Portaria nº 1.111. A medida estabelece os períodos de vazio sanitário e de calendário de semeadura de soja em nível nacional referentes à safra 2024/2025.

No Estado, no que se refere ao calendário de plantio da soja, os produtores poderão iniciar a implantação da soja 2024/25 no dia 1º de outubro, com o prazo final indicado para 8 de janeiro de 2025.

Vazio sanitário reduz prejuízos na soja

De acordo com o engenheiro agrônomo e gerente de Defesa Sanitária Vegetal do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Leonardo do Carmo, respeitar o vazio sanitário da soja é importante e traz benefícios para os produtores da oleaginosa. 

“Em Minas Gerais, o período do vazio sanitário já foi definido pelo Mapa. Já o de semeadura da próxima safra será de 1º de outubro a 8 de janeiro de 2025. O objetivo dessas ações é reduzir o problema da ferrugem asiática da soja. Diminuindo, assim, o custo ao produtor e o uso de agrotóxico nas lavouras para o controle da praga”, reitera.

Ainda conforme Carmo, os produtores de soja devem registrar junto ao IMA uma declaração de cumprimento do vazio. No período, há fiscalizações nas unidades produtoras.

“O produtor deverá encaminhar ao IMA declaração de conformidade do cumprimento do vazio sanitário até 15 de julho. O IMA realizará durante esses períodos fiscalizações com o comprometimento de fortalecer a agricultura mineira”.

O vazio

Conforme o Mapa, o vazio sanitário consiste em período contínuo de, no mínimo, 90 dias, em que não se pode plantar e nem manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento na área determinada. A medida fitossanitária é uma das mais importantes para o controle da ferrugem asiática da soja. A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Com o período sem plantas vivas de soja, o objetivo é reduzir ao máximo o inóculo da doença. Assim, minimizam-se os impactos negativos durante a safra seguinte.

Já o calendário de semeadura é uma medida fitossanitária complementar ao período de vazio sanitário. Conforme o Mapa, a ação visa à racionalização do número de aplicações de fungicidas e à redução dos riscos de desenvolvimento de resistência da ferrugem asiática da soja às moléculas químicas utilizadas no seu controle.

Em nota, a diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, Edilene Cambraia, explica que são vários os pontos considerados para a definição tanto do vazio como do calendário de plantio. Por isso, para cada região, conforme as características, são definidos prazos diferentes. 

“Para o estabelecimento dos períodos de vazio sanitário e do calendário de semeadura, utilizamos de dados técnicos, além de realizar reuniões com os órgãos estaduais defesa vegetal de forma individual e regional, analisando de forma conjunta, todas as propostas enviadas pelas unidades da federação”, confirma a diretora.

A ferrugem asiática

Conforme os dados do Mapa, a ferrugem asiática é uma das doenças que mais acomete e causa prejuízos na cultura da soja. A infestação pode ocorrer nas diferentes etapas de crescimento da planta. Nas diversas regiões geográficas onde a praga foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.

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