Agronegócio

Emater-RS aponta que há áreas onde perda da soja pode ter sido 100%

Nesta quinta-feira (9), a estimativa de redução era da ordem de 1,3 milhão de toneladas na safra gaúcha da oleaginosa
Emater-RS aponta que há áreas onde perda da soja pode ter sido 100%
Crédito: REUTERS/Dane Rhys

São Paulo – A colheita de soja e milho progrediu de forma lenta no Rio Grande do Sul na última semana devido às enchentes que atingiram o Estado, resultando também em perdas produtivas “elevadas”, de acordo com a Emater-RS, o órgão de assistência técnica do Estado.

A Emater-RS indicou que os produtores gaúchos colheram 78% dos campos de soja, o que representa um avanço de apenas dois pontos em relação à última quinta-feira. Pela média histórica, o Estado deveria ter colhido 89% das áreas nesta época. “Os produtores conseguiram colher algumas áreas na fronteira oeste,” disse o diretor técnico do órgão, Claudinei Baldissera mais cedo, referindo-se à soja.

A empresa pública não trouxe um indicativo de perdas, já que as águas ainda cobrem muitas áreas e novas chuvas estão previstas para os próximos dias. Nesta quinta-feira (9), a consultoria privada AgResource estimou redução de 1,3 milhão de toneladas na safra gaúcha da oleaginosa.

As maiores áreas ainda por colher, no entanto, estão exatamente onde ocorreram as piores inundações, disse o diretor técnico da Emater. Na região de Santa Maria e no sul do Rio Grande do Sul, os produtores foram obrigados a atrasar o plantio da soja em uma ou duas semanas devido ao excesso de chuvas na época da semeadura, segundo o diretor.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Baldissera disse que ali se concentra a maior parte da soja ainda nos campos. Segundo o relatório da Emater, as perdas de produção “serão elevadas, podendo atingir até 100% das áreas remanescentes”. Em relatório, o órgão afirmou ainda que “algumas infraestruturas de armazenagem de grãos também foram danificadas, o que pode afetar a produção colhida anteriormente”.

Na região de Bagé, extremo-sul do Estado, resta colher a maior extensão de lavouras. São cerca de 500 mil hectares maduros e 90 mil hectares em estágio final do enchimento de grãos, relatou a Emater. “Os produtores têm realizado o monitoramento constante das lavouras maduras, tentando priorizar as mais suscetíveis, pois observa-se variação da intensidade de perdas entre as cultivares, relacionada à abertura das vagens por excesso de umidade”, diz em relatório.

A Emater também relatou problemas para o escoamento da produção.

Milho

Os gaúchos avançaram pouco também com a colheita de milho, que atingiu 86% da área, um avanço de três pontos percentuais em relação à semana anterior. Segundo dados da Emater, os produtores gaúchos plantaram milho em cerca de 812 mil hectares e soja em quase 6,7 milhões de hectares.

Neste momento, a Emater tenta quantificar as potenciais perdas nas lavouras resultantes das fortes inundações, bem como a extensão dos danos causados ​​aos silos de alimentos localizados em regiões mais baixas, disse Baldissera.

É possível que armazéns de soja e arroz tenham sido atingidos, disse ele, acrescentando que apenas nas próximas semanas será possível aferir melhor as perdas nas lavouras e os danos às estruturas de armazenamento.

No milho, “as elevadas precipitações em curtos períodos não apenas inviabilizaram a colheita, como também decorreram em perdas significativas para a cultura”, afirmou o relatório da Emater. Uma das poucas exceções é a região de Pelotas, onde as áreas de milho estariam com bom desenvolvimento, apesar de dias seguidos com tempo chuvoso.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas