Emater testa cultivo de batata-inglesa no Vale do Jequitinhonha e atinge alta produtividade

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) está experimentando o cultivo de batata-inglesa em Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, alcançando uma produção de 30 toneladas por hectare.
A ação faz parte de uma iniciativa da Unidade Regional de Capelinha, que instalou uma unidade demonstrativa da cultura na comunidade de Santa Cruz, visando atender à demanda do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
A batata-inglesa, amplamente consumida no Brasil, é um dos produtos que podem ser incluídos nas refeições escolares. Com o objetivo de estimular a agricultura familiar e diversificar a produção na região, a Emater-MG realizou um dia de campo para produtores no final de setembro.
Durante o evento, palestras sobre o cultivo foram ministradas pelo coordenador regional de Culturas, José Mauro de Azevedo, e pelo extensionista local, Ednardo Antônio Fernandes, que compartilharam informações sobre o manejo da unidade demonstrativa.
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Mauro destacou que a região, apesar de não possuir uma tradição na produção de batata-inglesa, tem grande demanda pelo produto nas escolas.
“A produção de batata surgiu como uma estratégia para diversificar a oferta da agricultura familiar ao PNAE. Observamos que há um mercado a ser explorado, e a inclusão da batata vai ampliar a variedade de alimentos disponíveis para a merenda escolar”, explicou.
Em Minas Gerais, o cultivo de batata tem registrado crescimento. Em 2023, a área plantada aumentou 7,8% em comparação ao ano anterior, atingindo 38,8 mil hectares, com uma produção de 1,4 milhão de toneladas.
O segmento de batatas pré-fritas continua impulsionando esse crescimento, enquanto a produção destinada ao mercado de mesa mantém rentabilidade positiva.
Resultados animadores do plantio de batata no Vale do Jequitinhonha
Após a apresentação das palestras, os participantes acompanharam a colheita e a pesagem das batatas, que foram classificadas de acordo com os padrões de mercado. Segundo José Mauro, os resultados superaram as expectativas, com os agricultores demonstrando grande interesse em replicar o cultivo.
A produtividade da unidade demonstrativa foi considerada elevada, com mais de 30 toneladas por hectare, e não houve registro significativo de pragas. A mosca-branca, uma das principais ameaças à cultura, foi controlada com o uso de técnicas agroecológicas, como caldas alternativas e controle biológico.
“Plantamos em junho, com irrigação, e colhemos em setembro, sem utilizar defensivos. Além disso, a cultura da batata demanda pouca água, uma vantagem importante para nossa região”, afirmou Mauro.

Práticas sustentáveis no cultivo da batata
A Emater-MG aposta no cultivo agroecológico, recomendando que o plantio ocorra durante o período seco, como segunda cultura para os horticultores locais.
O produtor José Antônio Pinheiro, que cedeu sua propriedade para a unidade demonstrativa, acredita que a produção de batata será um sucesso na região.
“Sempre quis cultivar batata, mas não conseguia mudas de qualidade. Agora, com o apoio da Emater, colhi bons resultados e vou continuar o plantio”, disse o agricultor.
Além das palestras, o dia de campo incluiu uma oficina sobre a produção de picles, ministrada por Dulce Arantes e Nágila Salman, da Emater-MG. A oficina incentivou o aproveitamento das batatas menores, agregando valor ao produto final.
(Com informações da Agência Minas)
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