Embarque de soja do Brasil já supera 10 mi t no mês; exportação de petróleo sobe

São Paulo – As exportações de soja do Brasil atingiram média diária de 802,4 mil toneladas até a terceira semana de abril, volume que supera com folga as 603,8 mil toneladas ao dia no mesmo mês de 2022, mostraram dados do governo federal nesta segunda-feira.
Com isso, o maior produtor e exportador global da oleaginosa já enviou 10,4 milhões de toneladas do grão ao exterior no acumulado deste mês. Em abril do ano passado, o país exportou o total de 11,47 milhões de toneladas.
Em geral, os volumes de soja embarcados em abril são elevados ou podem atingir recordes, com a maior parte da colheita da safra de verão já colhida e disponível para envio. A máxima histórica foi atingida em abril de 2021, quando a exportação somou 16,1 milhões de toneladas, conforme dados do governo.
Outro destaque é o petróleo, cujos embarques somaram 4,41 milhões de toneladas até a terceira semana de abril, com alta de 45% pela média diária, versus 4,45 milhões no mesmo mês completo de 2022, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
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No caso do trigo, as exportações deste mês já superam o total registrado em abril do ano passado, com 230,95 mil toneladas versus 147,2 mil.
Em contrapartida, as vendas externas de carne bovina in natura caminham para terminar o mês no vermelho, com média diária de 5,57 mil toneladas até a terceira semana, contra 8,28 mil ao dia em abril de 2022.
Após suspensão temporária de negócios com a China ocorrida entre fevereiro e março, os preços da carne bovina exportada acentuaram perdas, limitando o interesse de vendas externas por frigoríficos, na avaliação da Scot Consultoria.
Colheita de soja do Brasil supera pela 1ª vez ritmo do ciclo passado, diz AgRural
A colheita de soja do Brasil na temporada 2022/23 alcançou 92% da área cultivada até a última quinta-feira, superando pela primeira vez o ritmo da mesma época do ano passado, com impulso dos trabalhos no Rio Grande do Sul, de acordo com levantamento da consultoria AgRural divulgado nesta segunda-feira.
Na mesma época de 2022, o Brasil havia colhido 91% da sua área de soja, em ano marcado por trabalhos acelerados. Já a safra atual contou com clima mais chuvoso de maneira geral, o que limitou as atividades nas lavouras em alguns momentos, mas impulsionou as produtividades para patamares recordes.
Questões climáticas atrasaram particularmente os trabalhos no Paraná e Mato Grosso do Sul, onde produtores agora já praticamente terminaram a colheita.
“Este ano o maior atraso foi na colheita do Paraná e principalmente no Mato Grosso do Sul, e agora como os trabalhos em ambos estão praticamente finalizados, o que dita o ritmo são os Estados mais tardios”, explicou o analista Adriano Gomes, da AgRural.
Na comparação com a semana anterior, a colheita no Brasil avançou seis pontos percentuais, com impulso do Rio Grande do Sul em momento em que produtores de todos os Estados do Centro-Oeste e Sudeste e também na Bahia, Tocantins e Rondônia terminaram as atividades.
“O Rio Grande do Sul tem 57% colhido, contra 54,2% no mesmo período do ano passado. Além do clima favorável para o avanço das máquinas, como teve quebra na safra, a colheita acaba avançando mais rápido também”, disse Gomes.
No Norte e Nordeste, a colheita caminha para a etapa final, com 93% da área já colhida, versus 94,6% no mesmo período do ano passado.
Milho
O plantio da segunda safra de milho do Brasil está encerrado desde o fim de março, e as lavouras se desenvolvem bem, favorecidas pelas chuvas de abril, apesar de um atraso em importantes regiões produtoras, disse a AgRural.
“Até o momento, a safrinha 2023 está com potencial produtivo muito bom. Mato Grosso com lavouras muito boas, e regiões que tiveram atraso, como Paraná e Mato Grosso do Sul, estão recebendo boas chuvas”, disse o analista.
Ele ponderou que o clima ainda precisa ser “perfeito” no Paraná e Mato Grosso do Sul até o fim de junho, com umidade no solo e sem ocorrência de geadas, para que a boa produção seja confirmada.
A colheita do milho verão 2022/23, por sua vez, atingiu na quinta-feira 88% da área cultivada no centro-sul do Brasil, ante 82% na semana prévia e 88% um ano atrás.
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