Embarques de Minas saltam 56% no 1º trimestre

A valorização das commodities tem contribuído para que as exportações do agronegócio de Minas Gerais continuem apresentando resultados positivos e recordes. Ao longo do primeiro trimestre, os embarques já movimentaram US$ 3,24 bilhões, uma elevação expressiva de 56,4% frente ao mesmo período de 2021.
Em relação ao volume, a expansão ficou em 7,9%, somando 2,4 milhões de toneladas. Entre os produtos, destaque para o complexo soja, cujos embarques subiram 84,6% em receita e 41% em volume, e para o café, que, apesar do volume 1,6% menor, registrou alta de 69,2% na receita.
De acordo com o subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, ao longo do primeiro trimestre o faturamento alcançado com os embarques, uma média de US$ 1,1 bilhão por mês, foi recorde e se, ao longo dos próximos meses, o ritmo for mantido, Minas Gerais pode superar o recorde de 2021, que foi de US$ 10,5 bilhões.
“As commodities do agronegócio têm conseguido preços favoráveis no mercado externo devido à própria conjuntura. Em Minas, tivemos crescimento muito positivo e superior à média Brasil. O resultado foi puxado pelas principais commodities, como o café, que teve uma valorização muito significativa, complexo soja, produtos florestais e carnes. Estamos registrando valores recordes da ordem de US$ 1,1 bilhão mensais e, se for mantido, vamos superar 2021, quando os embarques movimentaram US$ 10,5 bilhões”, disse Albanez.
Entre janeiro e março, o preço médio pago pela tonelada de produtos agrícolas e pecuários de Minas Gerais foi de US$ 1.342,19 ante os US$ 925,96 registrados em igual período do ano passado. A valorização ficou em 59,13%.
Se, por um lado, o aumento dos preços das commodities é favorável para as exportações, por outro, segundo Albanez, reflete no aumento dos custos de produção, principalmente, da pecuária.
“O aumento das commodities nem sempre reflete em ganhos porque os custos estão elevados, incluindo combustíveis, energia e insumos. No caso da produção de frango e suínos, os aumentos dos preços do milho e do farelo de soja impactam diretamente no custo”.
Ao longo do primeiro trimestre, as exportações do agronegócio de Minas Gerais representaram 37,9% da receita total dos embarques feitos pelo Estado, que foi de US$ 8,55 bilhões.
No período, as importações do agronegócio movimentaram US$ 230,2 milhões, valor que ficou 1,06% menor que em igual intervalo de 2021. Em volume, as importações chegaram a 189,3 mil toneladas, variação negativa de 11,04%.
Com o resultado, o Estado encerrou os primeiros três meses do ano com um saldo na balança do agronegócio de US$ 3,01 bilhões, avanço de 63,6% frente ao mesmo período do ano anterior.
Produtos
Entre janeiro e março, o destaque entre os produtos exportados por Minas Gerais foi o café. Os embarques do grão movimentaram US$ 1,88 bilhão, superando em 69,2% o valor registrado em igual intervalo do ano passado. Foram embarcadas 481,3 mil toneladas, volume 1,6% inferior.
O resultado positivo do faturamento veio dos preços valorizados do café no mercado internacional. Após perdas expressivas na produção, resultado de um clima desfavorável, a tonelada do grão foi negociada, em média, a US$ 3.914, ante os US$ 2.275 registrados anteriormente.
Outro destaque foram as exportações do complexo soja, que também ficaram maiores. A receita cresceu 84,6%, chegando a US$ 560,4 milhões. Em volume, a alta ficou em 41%, com 1,01 milhão de toneladas embarcadas.
Destaque também para o grupo das carnes. A categoria apresentou um faturamento de US$ 337,2 milhões, alta de 52,1%. Em volume, os embarques atingiram 92,4 mil toneladas, variação positiva de 22,2%. A tonelada foi cotada a US$ 3.648, superando os US$ 2.930, praticados no primeiro trimestre de 2021.
No período, os embarques de carne bovina cresceram 57,8% em valor, que ficou em US$ 252,6 milhões. Foram exportadas 46,2 mil toneladas, volume 26,1% maior que o exportado anteriormente.
Os embarques de carne de frango cresceram 44,8% em faturamento, que chegou a US$ 74 milhões. Em volume, a expansão foi de 22%, com a exportação de 41 mil toneladas.
Já em suínos, os resultados foram negativos. O faturamento recuou 3,1% e o volume caiu 6,6%. Ao todo, foram exportadas 3,87 mil toneladas de carne suína, que movimentaram US$ 7,7 milhões.
Queda também foi registrada nas exportações do setor sucroalcooleiro. Ao todo, o faturamento, de US$ 142,4 milhões, ficou 8,8% menor. O volume embarcado, 388,5 mil toneladas, retraiu 23,9%.
Outro setor que registrou alta nos embarques foi o de produtos florestais. O avanço foi de 27,7% em receita, US$ 185,1 milhões. Ao todo, foram exportadas 371,2 mil toneladas, variação positiva de 7,3%.
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