Embrapa estimula inovação na bioeconomia

Com o objetivo de promover a competitividade da bioeconomia brasileira, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Unidade Agroenergia (Embrapa Agroenergia) lançou, ontem, o InovaBio, edital de inovação aberta e voltado para os mercados de biocombustíveis e bioprodutos. A intenção é selecionar startups, universidades e empresas inovadoras para desenvolver em conjunto com a Embrapa novas soluções tecnológicas que irão ajudar a bioeconomia brasileira e a mundial.
Ao todo são 22 linhas de interesse em biocombustíveis e bioprodutos e nove temas para envio de proposta de tecnologia a ser desenvolvida. Entre os temas estão a biotecnologia industrial, processos fermentativos e enzimáticos, bioinsumos de origem microbiana e vegetal, processos químicos e biológicos, entre outros. As inscrições vão até o dia 8 de agosto. O resultado será divulgado em 24 de setembro de 2021.
De acordo com o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso, o trabalho realizado pela entidade tem o objetivo de promover a competitividade da bioeconomia brasileira.
Ele explica que ao pensarmos na bioeconomia, que se consolida a cada dia no mundo e no Brasil, temos duas grandes cadeias de valores que se destacam ao lado da produção de alimentos, que são a cadeia de biocombustível e bioenergia e também a cadeia de química de renováveis e bioprodutos.
“Promover a competitividade da bioeconomia brasileira passa pelo desenvolvimento de novas tecnologias nas vertentes de biocombustíveis e bioprodutos e passa também por ações de pesquisa e desenvolvimento, que é o foco de atuação da nossa unidade. Nossos projetos têm forte conexão com a indústria, buscamos prover as indústrias com matérias-primas eficientes e adaptadas aos processos produtivos inovadores e também sustentáveis para a geração de bioprodutos, bioinsumos e bioernergia”, explicou Alonso.
Inovação aberta
Para alcançar os objetivos, Alonso explica ainda que a Embrapa Agroenergia trabalha com o modelo de inovação aberta, que permite cooperar com instituições públicas, privadas, empresas e universidades para que em conjunto desenvolvam novas soluções tecnológicas, eficientes e sustentáveis, visando à conversão de biomassa e de resíduos agroindustriais em biocombustíveis e bioprodutos.
“Para continuar inovando na bioeconomia nacional, lançamos o InovaBio. Este edital de inovação aberta é para o mercado de biocombustíveis e bioprodutos. Nosso objetivo é selecionar empreendedores, startups e empresas inovadoras para desenvolver conosco novas soluções tecnológicas que vão ajudar a bioeconomia brasileira”.
A chefe-adjunta de transferência de tecnologia da Embrapa Agroenergia e uma das idealizadoras da iniciativa, Patrícia Abdelnur, explica que o desenvolvimento das tecnologias e inovações em conjunto é primordial para a transferência de tecnologias entre as entidades de pesquisas, empresas e indústrias.
“Nosso objetivo com este edital não é selecionar projetos prontos e sim receber ideias de projetos de pessoas e empreendedores inovadoras que possam trazer soluções tecnológicas em parceria com a Embrapa. No processo, teremos um tempo de conversa com os participantes e nossos pesquisadores e juntos iremos elaborar os projetos. Queremos trabalhar em parceria”.
Modalidades de financiamento
Serão várias as modalidades de financiamento. Uma delas é voltada para empresas que têm registros de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae) ou Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e faturamento acima de R$ 4,8 milhões ao ano. Neste caso, a Embrapa financia cerca de dois terços do projeto e a empresa selecionada o valor restante.
Outra modalidade é para empresas com faturamento abaixo de R$ 4,8 milhões e também tenham registro Cnae e DAP. Neste caso, a Embrapa financiará quase 90% do projeto. “Nesta modalidade, conseguimos fazer com que empresas de médio e pequeno porte também tenham a oportunidade de desenvolver tecnologias e inovações”, disse Patrícia.
Também haverá uma modalidade pensando nas empresas com faturamento abaixo de R$ 360 mil, na qual todo o projeto é financiado e a empresa não tem contrapartida. São projetos e ideias que irão criar inovações sociais, que podem ser feitos com populações afetadas por desigualdades socioeconômicas.
“Esse edital vai nos aproximar cada vez mais das empresas e nos ajudar a colocar no mercado estas tecnologias. A bioeconomia é uma área em ascensão em todo o mundo, envolvendo as questões climáticas e a descarbonização. Então, temos todo o interesse em desenvolver tecnologias e fomentar ideias para que tragam empreendedores com ideias inovadoras para as áreas de bioprodutos, biocombustíveis e bioinsumos”, disse Patrícia.
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