Empresa de fertilizantes anuncia parceria para redução de carbono

A Verde Agritech, empresa do ramo de tecnologia agrícola que produz fertilizantes potássicos, firmou uma parceria com a consultoria WayCarbon para alavancar seu projeto de remoção de dióxido de carbono (CO2). A consultoria mineira é uma das líderes do mercado de carbono. No centro do negócio está o principal produto da agroindústria, o fertilizante K Forte, produzido em São Gotardo e Matutina, ambas no Alto Paranaíba. Cada tonelada do produto aplicada na agricultura pode remover 120 kg de CO2, segundo a companhia. Hoje, a empresa tem capacidade de produzir até 3 milhões de toneladas do fertilizante ao ano.
Isso significa que a parceria tem um enorme potencial para a Verde Agritech neste mercado. Cada oito toneladas do produto K Forte podem remover uma tonelada de CO2, ou seja, chegar a um crédito de carbono. “É uma grande oportunidade por causa da nossa capacidade produtiva de 3 milhões de toneladas e isso reverte na oportunidade de remoção de 360 mil toneladas de carbono”, comenta o vice-presidente de Desenvolvimento Corporativo da empresa, Lucas Brown.
A WayCarbon apoiará a empresa no desenvolvimento, certificação, comercialização e monetização de seus créditos de carbono. “Um dos meus desafios era trazer para dentro da empresa o parceiro correto para nos ajudar a alavancar nosso projeto. A maioria dos projetos de carbono precisa desses especialistas do mercado. Começamos a negociar com a WayCarbon e vimos que o trabalho juntos poderia ser muito mais que a pauta de carbono. Temos potencial de entrar em várias outras áreas também”, conta Brown.
Há mais de um ano, a empresa realizou um estudo com a Universidade de Newcastle, na Inglaterra, em que foi identificado que o mineral extraído pela Verde Agritech, a glauconita, tem potencial de remoção de carbono, em um método chamado Intemperismo Acelerado de Rochas.
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Outro estudo, da Universidade Heriot-Watt, na Escócia, mostrou que o mineral da Verde Agritech tem uma dissolução muito mais rápida – em meses – a partir da sua aplicação no solo, comparada com outras rochas, que podem levar até décadas nesse processo. Essa dissolução mineral está diretamente correlacionada com a captura de CO2 da atmosfera. Quanto mais rápida a dissolução, mais rápida a absorção do carbono.
Por conta disso, a empresa espera que a parceria atraia clientes que buscam reduzir as emissões dos seus negócios, em uma produção de fertilizantes com exploração mineral na superfície, sem utilização de água e barragens. “As nossas próprias emissões são muito baixas. Isso abre a oportunidade, como estamos trabalhando com a WayCarbon agora, de levar nosso produto para possíveis clientes que têm essa visão para diminuir suas emissões”, afirma Lucas Brown.

Além dos créditos de carbono, empresa de fertilizantes está atenta para as finanças verdes
Brown explica que o fato de o Banco Santander ser o maior acionista da consultoria do mercado de carbono também chamou a atenção da Verde Agritech para outras oportunidades financeiras. “A WayCarbon também traz uma divisão de finanças, onde também vamos explorar mecanismos de finanças verdes para ajudar no crescimento da Verde”, disse.
No radar da gigante do agronegócio, está a possibilidade de conseguir um crédito mais atraente por conta de o produto da empresa ser de baixas emissões de carbono, como por exemplo, com os títulos verdes.
Projetos com outros minerais no mercado de carbono
Além de explorar o mundo das finanças verdes, a parceria com a WayCarbon pode se estender para novos projetos e operações com reservas de outros minerais da Verde Agritech, que também tem potencial para a captura de CO2. “Isso foi muito atraente para nós, porque a Verde Agritech tem o conhecimento geológico, mineralógico, operacional, e a WayCarbon traz seu conhecimento de carbono hoje. Claramente isso demonstra as ambições referente a parceria”, finaliza Brown.
No caso da reserva de potássio, a base para os fertilizantes K Forte, a Verde Agritech tem cerca de 5,9 bilhões de toneladas aprovadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Dessa reserva, 3,32 bilhões de toneladas foram certificadas no Canadá. O que faz da empresa dona de uma das maiores reservas de potássio do mundo.
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