Enquanto preço das hortaliças sobe, frutas ficam mais acessíveis

Em maio, a maior parte das hortaliças comercializadas na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas) – Belo Horizonte ficou mais cara em função da menor oferta. O destaque foi a cebola, cujo quilo encareceu 32,08%. Já no caso das frutas, os preços ficaram mais acessíveis. As quedas mais expressivas aconteceram nas cotações do mamão (16,52%) e da melancia (14%).
Conforme os dados do Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (ProHort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a comercialização na unidade,totalizou 157,59 mil toneladas de produtos hortigranjeiros em maio. O volume foi o segundo maior entre as Ceasas do País, atrás apenas de São Paulo, com 252,39 mil toneladas.
Em maio, devido a menor oferta, a maior parte das hortaliças apresentou alta nos preços, com exceção do tomate e da cenoura. Porém, o movimento de alta perdeu força no início de junho, com alguns itens apresentando queda de até 30%.
Dentre as hortaliças pesquisadas, a maior elevação registrada na Ceasa foi na cebola. Conforme a Conab, o preço do produto subiu 32,08% e alcançou R$ 3,20. Porém, nos primeiros dias de junho, observou-se um movimento de queda, com o valor caindo 2%.
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Também houve alta de 24,7% no preço da alface em maio, se comparado com abril. No período, o quilo da hortaliça chegou a R$ 12,59. Conforme a Conab, a oferta baixa no período justificou o encarecimento. Já nos primeiros dias de junho, o cenário se inverteu.
“Em maio, pelo lado da oferta, observou-se queda em relação a abril, o que justifica o movimento de alta nos preços. A safra de inverno começou a chegar ao mercado, mas não foi suficiente para segurar os preços no mês anterior. Mas, agora em junho, já vimos um movimento de queda da cotação. Em Belo Horizonte, a redução foi de 30% nos primeiros dias de junho”, disse a gerente de Produtos Hortigranjeiros da Conab, Juliana Torres.
Alta também na cotação da batata. A hortaliça ficou 8,61% mais cara em maio, com o quilo avaliado a R$ 2,44. Conforme a Conab, nos primeiros dias de junho, houve aumento da oferta do produto na unidade mineira, o que fez com que os preços recuassem 11%.
Com início da safra de inverno, cenoura e tomate ficam mais baratos na Ceasa Minas
Já a cenoura e o tomate ficaram com os preços mais acessíveis em maio frente a abril, o que é justificado pela chegada das safras de inverno no mercado. Ao longo do mês, a retração no preço do tomate chegou a 10,27% e, assim, o quilo foi negociado, em média, a R$ 3,54. Os preços seguiram em queda nos primeiros dez dias de junho, com recuo médio de 7%.
“Em maio, ocorreu o começo da safra de inverno do tomate. A intensificação deve provocar novas quedas de preço, como já está acontecendo”, disse a gerente da Conab.
No caso da cenoura, a retração foi de 3,58%, com o quilo avaliado a R$ 2,10. A retração é resultado da maior oferta. O movimento de queda se manteve nos primeiros dias de junho, com o valor do quilo recuando 4%.
“Após um período de alta nos primeiros meses de 2025, em maio, houve aumento da oferta a partir da segunda quinzena do mês, provocando queda dos preços. Agora, no início de junho, o movimento de queda continuou”, explicou Juliana Torres.
Ao contrário das hortaliças, frutas ficaram mais baratas em maio
Em maio, o movimento preponderante dos preços das frutas pesquisadas pela Conab, na Ceasa Belo Horizonte – banana, laranja, mamão e melancia – foi de queda. Já a maçã, apresentou alta nos preços na média.
As maiores quedas foram observadas nos preços do mamão e da melancia. No caso do primeiro, o recuo foi de 16,52% e o quilo foi cotado a R$ 3,44. Ao longo de maio, o valor do quilo da melancia, R$ 2,19, caiu 14%.
“O principal motivo que justifica a redução do preço da melancia e do mamão é a queda de demanda, principalmente, por causa do tempo frio. Além disso, no caso do mamão houve aumento na oferta de papaya”, explicou a gerente de Produtos Hortigranjeiros da Conab.
Destaque também para a retração no preço da laranja, 12,72%, com o quilo avaliado a R$ 3,30. Já a banana ficou 5,02% mais barata, com a cotação chegando a R$ 2,95 por quilo.
“A queda no preço da banana aconteceu pela demanda mais fraca, da concorrência com a mexerica poncã e da maior produção da banana nanica, que cresceu em virtude do tempo propício ao amadurecimento dos cachos, inclusive no Norte de Minas Gerais. Já o preço da laranja caiu pela maior comercialização das frutas precoces e pela melhor qualidade em relação às frutas tardias. A concorrência com a poncã e o frio também reduziram a demanda”, acrescentou.
No sentido contrário, houve valorização de 2,13% no quilo da maçã, que encerrou o mês sendo negociada, em média, a R$ 7,86. Conforme a Conab, o aumento ocorreu em meio ao fim da colheita da variedade fuji nos estados da região Sul. Assim como aconteceu na variedade gala, a maior parte das maçãs fuji foi acondicionada pelas companhias classificadoras nas câmaras frias. O processo favorece o aumento de preços, uma vez que há maior controle da oferta.
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