Projeto conduzido por Epamig e Emater-MG pode embasar a regulamentação de Queijo Cabacinha

Os produtores de Queijo Artesanal Cabacinha do Vale do Jequitinhonha apostam em parcerias com instituições públicas para regulamentar a fabricação e a comercialização do produto. Feito a partir do leite cru, o queijo é um dos destaques da cultura e da culinária da região.
Para embasar o processo de regulamentação, as empresas de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), as universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de São João del-Rei (UFSJ) e o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), iniciaram, em 2021, estudos para a caracterização do produto.
O objetivo do projeto foi avaliar parâmetros físico-químicos, microbiológicos e sensoriais para dar base científica à construção de um regulamento técnico de identidade e qualidade. A equipe realizou visitas de acompanhamento, coletas e análises de amostras em diferentes fases do processo produtivo.
“Houve um grande desafio logístico quanto à coleta e transporte de amostras, que envolveu ao menos seis laboratórios em São João del Rei (Epamig), Belo Horizonte (UFMG), Sete Lagoas (UFSJ) e Salinas (IFNMG)”, informa o pesquisador da Epamig e coordenador dos trabalhos, Daniel Arantes Pereira.
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Os resultados foram entregues aos 30 produtores participantes em um evento realizado em Pedra Azul, em outubro de 2024.
“A pesquisa foi realizada com muito zelo e esse momento de entrega foi de muito aprendizado, com orientações sobre boas práticas de ordenha e produção”, avalia o presidente da Associação dos Produtores do Queijo Cabacinha do Vale do Jequitinhonha, José Valério Filho.
“Tivemos uma intensa cooperação entre a equipe técnica e os produtores. Extensionistas da Emater-MG foram treinados para coletar as amostras. E o transporte para os laboratórios, ocorreu em parceria com as prefeituras de Pedra Azul, Cachoeira do Pajeú, Itaobim, Jequitinhonha e Medina”, acrescenta Daniel Arantes.
Identidade
A caracterização vai fornecer subsídios para que o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) possa construir com segurança um regulamento técnico que resguarde a identidade e a qualidade do queijo.
“Para além da regulamentação, o relatório traz informações para nortear políticas públicas, direcionar a assistência técnica, treinamentos e ações de difusão de tecnologias. Contribuindo para o fortalecimento e a consolidação da cadeia produtiva e agregação de valor ao queijo”, afirma Daniel Arantes.
Produtor de queijo Cabacinha em Joaíma, José Alves, conta que utiliza o leite da própria fazenda. “A alimentação das vacas é complementada com palma forrageira que adquiri na Epamig em Nova Porteirinha. Meu queijo já ganhou medalhas em concursos fora de Minas. Para o futuro, quero vender para outras localidades e aumentar a freguesia”, almeja.
“O queijo Cabacinha nunca teve essa valorização de agora. Com a regulamentação, poderemos levar o queijo para os nossos clientes em outras regiões com menos burocracia e mais segurança”, projeta o produtor Renato Rocha, que trocou a profissão de caminhoneiro pela queijaria em Pedra Azul, que administra junto à esposa e aos filhos.
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