Agronegócio

Estado deve produzir 50,78% do café brasileiro

Conab projeta que Estado vai colher 27,8 milhões de sacas na safra 2023, volume que supera em 26,7% período anterior
Estado deve produzir 50,78% do café brasileiro
A região que terá a maior colheita é o Centro-Oeste de Minas, com 13,28 milhões de sacas | Crédito: Marcelo Camargo/ABr

Em 2023, a safra de café em Minas Gerais vai crescer e o Estado será responsável por 50,78% da produção nacional. De acordo com os dados do 2º Levantamento da Safra de Café 2023, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado tende a colher um total de 27,8 milhões de sacas beneficiadas de café, volume que supera em 26,7% a registrada no ano anterior.

Mesmo em um ano de bienalidade negativa, a produção será maior pela recuperação de cafezais atingidos pelas geadas em 2021 e também pela quebra de safra em 2022.

Com o clima mais favorável do que o visto nas últimas duas safras, é esperada a retomada da produtividade, que tende a crescer 19,1%, e chegar a 25,7 sacas por hectare. A área em produção cresceu 6,4% e está estimada em 1,08 milhão de hectares.

No País, é esperado crescimento de 7,5% em relação ao ciclo passado. Neste ano, a colheita total de café está estimada em 54,74 milhões de sacas beneficiadas contra 50,92 milhões de sacas em 2022. 

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No Estado, a maior parte da produção é do café arábica. Para este ano, o volume previsto é de 27,4 milhões de sacas, um aumento de 27,5% frente a 2022. A safra mineira vai responder por 72,29% do volume de arábica nacional, que será de 37,9 milhões de sacas. 

Já para o conilon, a expectativa é de uma produção 14,8% menor, podendo chegar a 332,4 mil sacas.

“Minas Gerais é o estado com maior área e maior produção no Brasil. Os efeitos da geada e das secas em 2021 impactaram na safra do arábica em 2022, que era de bienalidade positiva. Agora, em 2023, apesar da bienalidade negativa, a gente tem aumento de produção. Além das condições melhores de clima, a alta na produção também é resultado da recuperação dos cafezais atingidos pelas geadas em 2021”, explicou o  gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos.

Apesar das condições climáticas mais favoráveis que nos anos anteriores, a produção ainda enfrenta desafios, como a seca registrada na florada. Segundo a Conab, é possível observar alguns fatores limitantes na safra como, por exemplo, a desuniformidade no desenvolvimento dos frutos.

“A condição de estresse hídrico na época das primeiras floradas, especialmente naquelas regiões que as tiveram em agosto de 2022, fez com que houvesse baixa viabilidade/ pegamento, além de um amadurecimento precoce daqueles frutos que conseguiram vingar, mas que agora podem ser colhidos no chão, por já estarem em fase madura antes da maioria, que vieram das floradas mais tardias e uniformes, especialmente, em setembro e outubro de 2022”.

Regiões produtoras

Dentre as regiões produtoras, o maior volume será colhido no Sul e Centro-Oeste de Minas Gerais. A previsão da Conab aponta para uma colheita de 13,28 milhões de sacas, volume 38,3% superior. Na região, houve um incremento de 29,1% na produtividade, que deve chegar a 25 sacas por hectare. A área em produção, 532 mil hectares, está 7,1% maior.  

Conforme o relatório da Conab, na safra, a região foi contemplada com chuvas suficientes para melhorar o teor de água no solo e manter o balanço hídrico adequado ao metabolismo das plantas em fases fundamentais, durante a expansão e a granação.

Esse fato contribuiu para que os frutos atingissem maiores peneiras e ganhassem peso, com isso há expectativa que o rendimento médio do café após o beneficiamento seja bom. Mas, embora as perspectivas tenham melhorado nos últimos meses, ainda não se deve alcançar potenciais produtivos excepcionais, resultado das intempéries climáticas registradas anteriormente. 

Alta expressiva também é esperada no Triângulo, Alto Paranaiba e Noroeste. A previsão é de uma safra 55,6% maior, alcançando 6,5 milhões de sacas. A produtividade e a área ficaram maiores em 41,7% e 9,8% respectivamente. A estimativa é colher 32,87 sacas por hectare.

No Norte, Jequitinhonha e Mucuri a produção de café arábica será de 738,2 mil sacas, superando em 10,6% o volume da safra anterior. A área em produção está em 24,6 mil hectares, 6% maior. Houve um avanço de 4,4% na produtividade, com o rendimento médio estimado em 29,9 sacas por hectare. 

Já na Zona da Mata, Rio Doce e Central é esperada queda de 2,2% na colheita do café arábica. A região deve produzir 6,9 milhões de sacas. No período, a produtividade média caiu 5,6% e chegou a 21,9 sacas por hectare. A área em produção, 317 mil hectares, está 3,6% menor.

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