Agronegócio

Estado mantém expectativa de safra recorde

Estado mantém expectativa de safra recorde
Crédito: Divulgação CNH

A previsão para que Minas Gerais registre uma safra recorde de grãos se mantém no 3º Levantamento da Safra 2021/22, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A pesquisa de campo apontou uma produção total de 16,95 milhões de toneladas, crescimento de 9,8% em relação ao período produtivo anterior. As principais culturas do Estado, com exceção do feijão, devem ter crescimento de área, produtividade e produção.

A área total plantada em Minas está estimada em 3,91 milhões de hectares, uma leve alta de 1,8% ante a temporada anterior. Também houve aumento na produtividade. A média ficou em 4,3 toneladas de grãos por hectare, avanço de 7,8% em relação à safra anterior.

Em relação às culturas, destaque para o milho. A colheita total do grão está prevista em 8,33 milhões de toneladas. Um crescimento de 18,6% em relação à safra 2020/21. A área plantada avançou 2,9% (de 1,3 para 1,35 milhão de hectares) e a produtividade deu um salto de 15,5% ante à safra anterior, passando de 5,3 toneladas/ha para 6,1 toneladas/ha.

Em Minas Gerais, as lavouras de milho já estão praticamente todas plantadas, segundo a Conab. “As condições de mercado, com os preços atrativos, incentivaram também o plantio antecipado de milho irrigado, a fim de uma colheita mais precoce em algumas localidades. Para essas lavouras, plantadas mais precocemente, já são observados quantitativos variando de 5% a 8% da área total, no estágio de pendoamento. As condições sanitárias são consideradas boas para a maioria das lavouras”, diz o relatório.

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Conforme a Conab, as expectativas de crescimento na produção de milho estão ancoradas, principalmente, nas lavouras de segunda safra do cereal, que tinham sido afetadas por impactos climáticos na safra anterior. Com o clima, em princípio, favorecendo o plantio, os dados mostram crescimento de 56,8% na colheita de segunda safra em Minas, atingindo 3 milhões de toneladas, ante 1,96 milhão de toneladas. A alta é puxada por um ganho de 50,2% em produtividade (5,96 toneladas/ha) e de 7% na área plantada, que está estimada em 517,4 mil hectares.

Soja

No caso da soja, a projeção é que a colheita em Minas chegue a 7,15 milhões de toneladas, crescimento de 1,8% em relação à safra anterior. Os dados apontam uma área plantada de 1,92 milhão de hectares, avanço de 1,5% ante a temporada 2020/21 (1,89 milhão de hectares). A produtividade vem se mantendo próxima à estabilidade, passando de 3,69 toneladas/ha na safra passada para 3,70 toneladas/ha na atual.

Segundo os pesquisadores da Conab, o plantio de soja já está finalizado em Minas. As condições das lavouras são consideradas boas para a grande maioria das áreas, devido ao bom comportamento do clima. “No Sudeste, distribuição irregular das chuvas, com probabilidades de acumulados na faixa normal ou abaixo no Espírito Santo e algumas áreas de Minas Gerais. Contudo, em dezembro, as previsões indicam predomínio de áreas com probabilidade de chuvas acima da média, mas com possibilidade de chuvas irregulares em janeiro e fevereiro”, alertou o relatório.

Feijão perde espaço, mas produção ainda pode subir

A previsão do 3º Levantamento da Safra 2021/22 divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o cultivo do feijão é de estabilidade. Com uma demanda ainda retraída e os preços tendendo para uma amena queda nos últimos meses, o grão tem perdido espaço para outras culturas.

A área se mantém nos 326 mil hectares. A produtividade não muda quase nada, passando de 1,62 tonelada/ha para 1,63 tonelada/ha. Dessa forma, a produção de feijão total (todos os tipos) estimada na atual safra é de 532,6 mil toneladas ante 529,3 mil toneladas do período anterior, variação de 0,6%.

O levantamento de campo mostrou que o fim do vazio sanitário na região Noroeste de Minas propiciou um maior avanço do plantio. Espera-se que o desenvolvimento das lavouras se dê em boas condições.

Mas para o caso do feijão de primeira safra a previsão é de queda de 7% na produção perante o ciclo anterior, com a colheita de 208,6 mil toneladas do grão em Minas. A área plantada se manteve a mesma (151,5 mil hectares) e a produtividade recuou em 7%, passando de uma colheita de 1,48 tonelada/ha para 1,37 tonelada/ha.

Já a colheita do feijão de segunda safra deve crescer 10,7% em relação ao cultivo anterior, atingindo 138,7 mil toneladas. A área plantada se mantém a mesma (104,7 mil hectares), mas houve um ganho de 10,3% em produtividade, com uma média de 1,3 tonelada/ha, ante 1,2 tonelada/ha na safra anterior.

Algodão

Em Minas Gerais, o período de vazio sanitário de algodão se encerrou na segunda quinzena de novembro, permitindo, a partir de então, o início das operações de semeadura, porém ainda de forma incipiente. Segundo o relatório da Conab, “nas próximas semanas, o ritmo de trabalho deve se intensificar, perdurando pelo menos até fevereiro, para implantação das lavouras de algodão”.

A perspectiva é de aumento na área plantada em comparação ao ciclo passado, estimando cerca de 33,9 mil hectares semeados em 2021/22, um crescimento de 6,6% ante a safra anterior. Estima-se a produção de 137,6 mil toneladas de caroço de algodão ante 118,4 mil toneladas no ciclo anterior, expansão de 16,2%. No caso da pluma, a produção deve atingir 55 mil toneladas, ante 47,4 mil toneladas no ciclo passado, elevação de 16%.

No País, volume de soja é revisado para cima

São Paulo – A safra de soja do Brasil 2021/22 foi estimada ontem em recorde de 142,8 milhões de toneladas, apontou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), elevando a projeção em cerca de 800 mil toneladas na comparação com o levantamento do mês anterior.

Com ligeiros ajustes na área plantada e na produtividade média, a colheita de soja do maior produtor e exportador global de soja agora deverá crescer 4% ante o ciclo 2020/21, segundo a Conab – os primeiros lotes começam a ser colhidos ao final deste mês, em Mato Grosso.

A companhia estatal ainda elevou a estimativa de exportação de soja do Brasil em 2022 para 90,67 milhões de toneladas, ante 89,9 milhões na previsão anterior. A previsão de embarques para 2021 também subiu para 85,79 milhões de toneladas, mais de 1 milhão de toneladas acima da previsão de novembro.

A Conab ainda elevou projeções de exportação de óleo de soja neste e no próximo ano, citando impacto da mistura menor de biodiesel no diesel, definida pelo governo.

A exportação de óleo de soja, principal matéria-prima do biocombustível no Brasil, deve atingir 1,53 milhão de toneladas em 2022, ante 1,1 milhão na previsão anterior, enquanto a projeção para 2021 subiu de 1,4 milhão para 1,66 milhão de toneladas.

“Usualmente não é esperado um aumento significativo de exportação de óleo de soja nos últimos dois meses do ano civil, todavia, com a redução da mistura de biodiesel… as indústrias elevaram suas exportações contrapondo a expectativa de uso interno para biodiesel”, afirmou.

A indústria de biodiesel vem tentando reverter a decisão governamental da semana passada que estabelece uma mistura menor, de 10% do produto no diesel para todo o ano de 2022. O setor defende o mix de 14% para a maior parte do ano que vem, conforme resolução anterior do governo.

Em 2021, a mistura já havia sido reduzida por diversas vezes, ante os 13% que deveriam ter vigorado, com o governo citando os preços elevados do biodiesel e impactos aos consumidores.

Com maiores exportações, a Conab reduziu os estoques finais de soja em grão da safra 2021/22 de 9,29 milhões para 5,29 milhões de toneladas. (Reuters)

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