Agronegócio

Evento em BH reúne avicultores e piscicultores

Principal feira do setor em MG começa hoje e vai até amanhã
Evento em BH reúne avicultores e piscicultores
Foto: Reuters/Mariana Nedelcu

Principal evento da avicultura mineira, o “Avicultor Mais 2023 – frangos, ovos & peixes”, que se inicia hoje, vai reunir a cadeia da avicultura e piscicultura. O evento é considerado essencial para os produtores que poderão se atualizar sobre os principais assuntos relacionados às produções, investir e conhecer inovações e tecnologias. 

Realizada no Expominas, em Belo Horizonte, a atual edição do Avicultor Mais, que termina amanhã, vai reunir, pela primeira vez, a cadeia da piscicultura e a da avicultura. De acordo com o presidente do Conselho Diretor da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Antônio Carlos Vasconcelos Costa, entidade organizadora do evento, o objetivo da união é tornar o evento ainda mais pujante.

“Este ano, o evento será da avicultura e piscicultura, o que trará mais pujança ao Avicultor Mais 2023 juntamente com a Peixe MG. O Avicultor já é considerado o maior e mais tradicional evento do setor em Minas e, a cada ano, vai se destacando mais. Nosso objetivo é incluir as demais proteínas. Nos próximos anos, vamos buscar mais parcerias como a cadeia de suínos e de laticínios para dar mais dinâmica aos setores”, explicou Vasconcelos.

O evento tem programação diversificada. Na feira de produtos e serviços serão mais de 100 marcas que atendem aos setores envolvidos, levando tecnologias, inovação, insumos, máquinas e equipamentos aos produtores.

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Além disso, a programação técnica terá diversas palestras a serem ministradas por 18 especialistas de várias partes do País. O evento é voltado para os avicultores e suinocultores em geral, produtores integrados, parceiros das agroindústrias, fornecedores de várias partes do País, profissionais do agro em geral de Minas e do Brasil.

“As palestras vão discutir temas relevantes para os setores como sustentabilidade, preservação e bem estar animal. Também teremos o painel “Marília Martha Ferreira – Mulheres no Agro”, em alusão à médica veterinária e diretora executiva da Avimig que é referência na avicultura. No painel, mulheres de entidades públicas, associações e empresas irão mostrar a força feminina no agronegócio”, completou.

Gripe aviária 

O Avicultor Mais 2023 também será palco para as discussões sobre a influenza aviária. Os cuidados adotados no Estado e a importância de manter o País livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) – doença que pode gerar enormes prejuízos para o setor – serão discutidos e reforçados.

O presidente do Conselho Diretor da Avimig, Antônio Carlos Vasconcelos Costa, ressalta que no Brasil não há focos de gripe aviária em aves de granja. Conforme a Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa), o País é considerado livre da IAAP, pois os focos detectados nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia , São Paulo e Rio Grande do Sul foram em aves silvestres.  

Para evitar o ingresso da doença, foram adotados muitos protocolos de cuidados em Minas Gerais nos últimos cinco anos.

“Há um bom tempo, os setores privado e público vêm cuidando e desenvolvendo um trabalho de prevenção nas granjas, que fizeram cercamento dos núcleos, instalaram telas de um centímetro nos galpões para evitar a entrada de pássaros silvestres. Foram colocadas barreiras sanitárias para a desinfecção de calçados e de veículos dentro dos núcleos. Há todo um cuidado com os uniformes e as visitas nas granjas e exposições estão suspensas. Tudo isso é fundamental”.

As ações efetivas para evitar o ingresso da doença são consideradas essenciais, já que os prejuízos podem ser enormes, incluindo a suspensão das exportações e abate dos animais. 

“A perda econômica no mundo foi muito grande. Foram cerca de 600 milhões de aves sacrificadas em função da IAAP. É um número muito representativo”, ressaltou.

Produção de frangos e ovos

A avicultura em Minas Gerais tem papel relevante na economia estadual. Conforme os últimos dados da Avimig, referentes ao desempenho do setor em 2022, o Estado contava com um alojamento de 478 milhões de frangos e uma produção de carne de 1,19 milhão de toneladas.

No período, as exportações somaram 159 mil toneladas, o que gerou um faturamento de US$ 335 milhões. 

No Brasil, o alojamento gira em torno de 6,8 bilhões de frangos, com uma produção de 14,5 milhões de toneladas. Em 2022, as exportações somaram 4,82 milhões de toneladas, gerando um faturamento de US$ 9,7 bilhões.  

No que se refere à produção de ovos, Minas Gerais produziu 5 bilhões de ovos e exportou 1,84 milhão de quilos de ovos em 2022. No Brasil, foram 52 bilhões de unidades de ovos e as exportações chegaram a 9,47 milhões de quilos exportados. 

“Minas Gerais é o segundo maior produtor de ovos do País. Somos o sexto estado em carne de frango. Ao todo, são 1.661 granjas registradas de corte comercial e 221 granjas de postura comercial. Hoje, temos registrado no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) 1.882 granjas ativas, que passam por constantes monitoramentos e fiscalizações, inclusive, para prevenir a gripe aviária”, explicou o presidente do Conselho Diretor da Avimig.

Em relação ao mercado, o setor de corte enfrenta desafios com o consumo reduzido pela menor renda da população e concorrência com outras proteínas. Já para a avicultura de postura, os resultados têm sido mais favoráveis, já que os preços acessíveis estimulam o consumo. 

“No que se refere ao mercado, os ovos estão performando bem. Agora, o frango de corte nem tanto. Estamos com um nível de oferta maior que a demanda, então, realmente, o setor vem sofrendo. Há ainda a concorrência com as demais carnes, que apresentaram queda de preços”, acrescentou Costa.

O que tem ajudado em parte o setor de corte são as exportações. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), de janeiro a abril, a exportação de carne de frango chegou ao valor recorde de US$ 133 milhões, superando em 28% os resultados anteriores. Em volume, 67 mil toneladas, o aumento foi de 18%. 

“As exportações estão com desempenho muito bom, os preços também caíram no mercado internacional. É um cenário bastante desafiador para a avicultura de corte, que desde dezembro do ano passado vem sofrendo depreciação nos preços de venda. Nossa expectativa é que a queda dos preços dos grãos minimize os custos de produção do setor”, avaliou.

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