Agronegócio

Expansão do uso de forrageiras para bovinocultura no semiárido terá R$ 530 mil do BNB

Alimentação dos rebanhos durante a seca é fator que impacta diretamente a competitividade da pecuária regional
Expansão do uso de forrageiras para bovinocultura no semiárido terá R$ 530 mil do BNB
Produtores vão visitar fazendas em outros estados para explorar novas variedades de forrageiras com potencial para a região. Crédito: Maurício Bonevides/Divulgação

Projeto inovador, liderado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), busca revolucionar a bovinocultura no Circuito Serra Geral, na região Norte de Minas Gerais, por meio da difusão de forrageiras perenes e anuais.

Com um financiamento de R$ 530,5 mil por parte do Banco do Nordeste (BNB), a iniciativa conta com a parceria estratégica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

Intitulado “Bovinocultura no Semiárido mineiro: Unidades demonstrativas de alternativas forrageiras perenes e anuais”, o projeto surge das discussões do Programa de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste (Prodeter).

A principal problemática enfrentada pelos produtores da Serra Geral é a manutenção da alimentação dos rebanhos durante os períodos de seca, o que impacta a competitividade da pecuária regional.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


O projeto foi contemplado no edital Fundeci 01/2022 Desenvolvimento Territorial – Difusão Tecnológica, do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação, administrado pelo Banco do Nordeste.

A Epamig, com sua unidade em Nova Porteirinha, município do Norte do Estado e que contempla o Circuito Serra Geral lidera a iniciativa em colaboração com o campus da Unimontes na cidade vizinha de Janaúba, além do escritório regional da Emater também no mesmo município, contribuindo com R$ 82,8 mil.

Para marcar o início das atividades do projeto, três unidades demonstrativas já foram estabelecidas. Essas operações estão instaladas nos seguintes municípios:

  • Pai Pedro,
  • Porteirinha
  • e Serranópolis de Minas.

As próximas etapas incluem capacitações para técnicos e produtores, além de visitas a fazendas em outros estados para explorar novas variedades de forrageiras com potencial para a região.

Estudos em fazendas

Mais de 100 pessoas participaram dos encontros “Forrageiras Adaptadas ao Semiárido” nas unidades de Pai Pedro e Porteirinha. Os eventos reuniram produtores rurais, técnicos, pesquisadores, fornecedores de produtos agrícolas e representantes das entidades envolvidas no projeto.

O coordenador da Emater em Janaúba e do Comitê Gestor Territorial do Território Serra Geral Norte, Osmar Antunes, destaca o sucesso dos dias de campo, que apresentaram cinco espécies de capins adaptadas a baixas precipitações. “Foram apresentadas espécies de capins que se desenvolvem em baixas precipitações de chuvas, além da cultura do sorgo, milheto e palma forrageira”, diz.

O professor Vicente Ribeiro, da Unimontes, destaca a importância do financiamento do Banco do Nordeste ao projeto, o que está permitindo que as pesquisas sejam realizadas em locais apropriados e por profissionais qualificados. Vicente ressalta que os estudos feitos de forma adequada reduzem consideravelmente as possibilidades de pular etapas e o risco de levar à região culturas invasoras ou transmissoras de pragas e doenças.

O gerente executivo de Desenvolvimento Territorial do BNB, Jésus Ramos, ressalta o grande interesse e a participação dos produtores rurais nos eventos, evidenciando o impacto positivo do Prodeter na busca por soluções.

“Os resultados iniciais do projeto demonstram a importância do programa pela sua capacidade de reunir os atores das atividades produtivas priorizadas na busca de soluções para os problemas que impactam no desenvolvimento dessas atividades”, conclui.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas