Expedição Silvicultura mapeia setor florestal em Minas e coleta dados para políticas públicas
O mapeamento do setor florestal em Minas Gerais já começou. Até o dia 15 de setembro, mais de 100 amostras de inventário devem ser visitadas pelos técnicos da Expedição Silvicultura – na trilha da produtividade. A iniciativa busca aprofundar o entendimento das condições e desafios da produção florestal em Minas e no País, além de fomentar a troca de experiências entre os principais profissionais do setor.
A expedição é organizada pela Canopy, empresa pioneira no uso de geotecnologias aplicadas ao setor florestal no Brasil, em parceria com a Embrapa Florestas. Em Minas, o projeto é apoiado pela Associação Mineira da Indústria Florestal (Amif) e pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Ao todo, o levantamento terá 40 mil pontos de controle para validação do mapeamento e 1 mil amostras de inventário. Entre setembro e novembro de 2025, especialistas irão percorrer mais de 40 mil quilômetros pelas principais regiões produtoras de 14 estados do País.
Segundo o diretor de operações da Canopy, Bruno Montibeller, os dados serão importantes para mostrar as condições das florestas plantadas, servindo de base para a tomadas de decisões e definição de políticas públicas
“Os dados coletados em campo servirão para entender melhor quais são os desafios, as condições da produção florestal, não só em Minas Gerais, mas também nos outros estados por onde a expedição passará. Durante a jornada, vamos conversar com produtores e agentes que são responsáveis pela produção florestal, identificando desafios como financiamento, mão de obra e outros aspectos que impactam o setor como um todo”, explicou.
Seapa busca parceria com setor privado para ampliar florestas plantadas em Minas
O estímulo ao aumento das florestas plantadas em Minas Gerais, principalmente por meio dos pequenos produtores, é uma das ações que a Seapa tem promovido para atender também às metas do Plano Estadual de Ação Climática de Minas Gerais (Plac-MG). O plano estabelece diretrizes, metas e ações concretas para tornar o Estado mais resiliente, justo e com emissões líquidas de gases de efeito estufa (GEE) neutras até 2050.
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Conforme o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, o objetivo é ampliar as florestas em 80 mil hectares até 2030 e, para isso, a Seapa busca parceria com empresas da iniciativa privada para que a expansão ocorra com produtores de pequeno e médio portes. Em Minas Gerais, cerca de 40% das florestas plantadas estão concentradas em propriedades desses produtores.
“Fizemos uma parceria muito importante com a Aperam e vamos iniciar um projeto-piloto na região do Jequitinhonha”, disse Fernandes.
A superintendente de Fomento Florestal da Seapa, Taiana Guimarães Arriel, explica que o trabalho em conjunto com a Aperam inclui a doação, por parte da empresa, de mudas e insumos capazes de cobrir cerca de 1 mil hectares. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) será responsável por orientar e acompanhar os produtores rurais. O projeto terá duração de aproximadamente sete anos, e a produção será comprada pela Aperam.
“Precisamos aumentar a área de floresta plantada até 2030 e a Seapa, dentro do Projeto de Fomento Florestal, está buscando parceiros para atingir a meta. Uma das empresas que já aderiu, com cerca de 1 mil hectares, é a Aperam. O Estado entrará com a governança e o apoio técnico da Emater-MG na assistência continuada, e a empresa com mudas e insumos”, explica a superintendente.
A implantação das florestas nas propriedades acontecerá em áreas já exploradas com atividade agropecuária ou em pastagens degradadas. A ideia é que a atividade seja introduzida como forma de diversificação de cultura e renda.
“Além da assistência técnica, os produtores envolvidos também receberão informações para maior conscientização ambiental e participarão de programas socioeducativos. Isso é importante porque a produção florestal permanece sete anos no campo. Estamos fechando as parcerias e esperamos, até o final do ano, viabilizar pelo menos os 80 mil hectares”, completa.
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