Agronegócio exporta US$ 2,6 bilhões e responde por 43% dos embarques de Minas Gerais

O agronegócio de Minas Gerais, mais uma vez, superou o resultado da mineração e configurou como o principal exportador de Minas Gerais. No primeiro bimestre, os embarques de produtos agrícolas e pecuários movimentaram uma receita de US$ 2,6 bilhões. O valor representa um crescimento de 18% frente ao mesmo período de 2024. Com o resultado, o agronegócio respondeu por 43% do total das exportações do Estado, o que, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) foi um recorde para o bimestre.
Entre janeiro e fevereiro, foram embarcados 1,4 milhão de toneladas de produtos do agronegócio de Minas Gerais, volume que recuou 24%. Em compensação, o preço médio da tonelada passou de US$ 1.171,01 no primeiro bimestre de 2024 para atuais U$S 1.810,41, uma valorização expressiva de 54,6%. No período, a produção agropecuária mineira foi embarcada para 150 países. Entre os principais destinos destacam-se os Estados Unidos (14%), a China (13%), Alemanha (8%), Bélgica (6%) e Itália (6%).
Conforme o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes, Minas Gerais se destaca na pauta exportadora tanto pelos volumes como pela diversidade dos produtos, que atraem cada vez mais compradores. “O cenário nos próximos meses vai depender da dinâmica de preços das commodities e da demanda especialmente da China e dos Estados Unidos, mas o fato de novamente superarmos a mineração mostra que esse é um caminho que só tende a crescer”, avalia.
Café
Conforme os dados da Seapa, o desempenho positivo do setor vem, principalmente, do café, produto com maior relevância na pauta exportadora de Minas Gerais e que responde por 68% dos embarques do agronegócio.
Ao todo, a receita gerada pelo café somou US$ 1,75 bilhão, uma expansão significativa de 56,4% frente ao primeiro bimestre de 2024. Em relação ao volume, foram 298,2 mil toneladas, queda de 6,1%.
A alta na receita gerada com as exportações de café se deve, principalmente, à valorização do preço do grão, que vem registrando recordes no mercado. Enquanto no primeiro bimestre de 2024 a tonelada estava avaliada, em média, a US$ 3.541,87, o volume agora foi negociado a US$ 5.897,83, alta de 66,5%.
Exportações de carnes também são destaques
Assim como no café, as exportações do grupo das carnes cresceram entre janeiro e fevereiro. Os dados da Seapa mostram um avanço de 19,7% em receita e de 12,7% no volume embarcado. As negociações movimentaram US$ 246 milhões no primeiro bimestre, com a venda de 73,9 mil toneladas de carnes no mercado externo.
A exportação de carne bovina gerou receita de US$ 171 milhões, com a venda de 35,8 mil toneladas, altas de 13,9% e 2,3%, respectivamente. A carne de frango foi responsável pela movimentação de R$ 61,2 milhões, um aumento de 29,2%. Ao todo, os embarques somaram 31,6 mil toneladas de carne de frango, gerando, assim, um aumento de 20,8%.
O resultado das exportações de carne suína foi ainda mais expressivo, com alta de 85% em receita e de 64,4% em volume. Ao longo do primeiro bimestre, Minas Gerais exportou 5,5 mil toneladas de carne suína, movimentando, portanto, US$ 11,8 milhões em receita.
Produtos florestais
Os embarques do setor de produtos florestais cresceram 17,2% em receita, alcançando, então, US$ 196,5 milhões. O volume cresceu 17,9%, totalizando 330,7 mil toneladas.
Com menor oferta, embarques de soja e complexo sucroalcooleiro caem
Entre janeiro e fevereiro, as exportações do complexo sucroalcooleiro movimentaram em receita US$ 175 milhões, com o embarque de 379 mil toneladas, gerando, assim, quedas de 54,3% em receita e de 49,9% em volume. Conforme a Seapa, o resultado se deve à disponibilidade menor de cana-de-açúcar para moagem, fruto de uma entressafra prolongada.
No grupo da soja – que engloba grãos, farelo e óleo – as negociações com mercado externo atingiram o valor de US$ 83,5 milhões, uma queda de 54,6%. Ao todo, houve a exportação de 198 mil toneladas, 47,7% a menos.
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